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Liga dos Bombeiros quer formação para motoristas |
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O acidente com a ambulância dos bombeiros da Benedita na A1, junto a Pombal, na segunda-feira - do qual resultaram dois mortos, uma jovem de 24 anos, grávida de seis meses, e um idoso, e dois feridos graves, um deles bombeiro -, levou a Liga de Bombeiros a decidir colocar na ordem do dia a formação dos condutores de ambulâncias.
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O presidente da Liga, anunciou ontem que vai propôr um plano de formação para os motoristas de ambulância à Autoridade Nacional de Protecção Civil, porque "há muitos factores de pressão a que estão sujeitos, colocados pelo tempo, pelos doentes e as condições em que se encontram ou mesmo pelos familiares". Só entre 2003 e 2007 morreram oito bombeiros em acidentes com ambulâncias e mais seis noutras circunstâncias.
Defende, por tudo isso que "os condutores de ambulância devem obedecer a requisitos diferentes dos restantes encartados". E adverte que as suas formação e avaliação "têm que ser diferenciadas" das dos restantes motoristas, "mesmo que sendo bombeiros". Porque estão sujeitos a diferentes tipos e níveis de pressão, tendo em conta a especificidade do serviço que prestam, "tanto em socorro como em transporte de doentes". Comparável, em termos do tempo que permanecem ao volante, diz que é apenas a profissão de taxista. Mas só nos quilómetros que percorrem ao volante. Conta, para explicar a sua convicção, o caso de um bombeiro que foi taxista mais de 30 anos sem ter um só acidente; ao volante da ambulância teve três acidentes em apenas 15 dias.
A fundamentação para defender a urgência do programa de formação centra-se num estudo sobre a sinistralidade e a morte de bombeiros em serviço que tem vindo a ser realizado pela Liga. O objectivo é cadastrar os acidentes ocorridos desde 1980 que envolveram ambulâncias. O trabalho encontra-se em fase de conclusão, mas este último sinistro levou a decidir divulgar números que já considera siginificativos.
Morreram, segundo os casos dos quais conseguiram dados para analisar, 182 bombeiros em serviço. Entre estes, 77 em acidentes de viação com causas directas ligadas à condução de ambulâncias em transporte de doentes ou em socorro. E os outros 83 noutras situações.
Tendo em conta que os bombeiros fazem 1,5 milhões de serviços de condução por ano, "isto significa um tráfego intenso diário", adianta, afirmando que "a grandeza destes números exige que se reflicta sobre ela e, sobretudo, que se actue, porque existe a percepção do problema, só que nem se fala dele". |
Autor: José Palha |
Publicado em: 15-09-2008 21:40:35 (7581 Leituras, Votos 1709) |
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