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Bombeiros Voluntários de Alcabideche |
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Alcabideche foi habitada por povos de diversas culturas e origens, tendo sido particularmente marcante a presença da civilização árabe. Os "toponimistas" mais conceituados crêem que Alcabideche significa "Fonte de Água" e há quem atribua a duas grandes fontes desta localidade virtudes medicinais: "a da vila é muito diurética e cura a dor da pedra; e a de Fartapão cura a diarreia". O crescimento de Cascais para fora das muralhas do primitivo castelo justifica a criação da Junta da Paróquia de S. Vicente de Alcabideche em 1841. Esta, além das competências no que diz respeito à guarda dos bens da Igreja, passou a tomar decisões de carácter administrativo local, como por exemplo, sobre a criação de novas escolas, obras na igreja matriz, fonte e lavadouro público e censos da população. No período do domínio árabe, a população local era essencialmente rural, como podemos aferir do poema de Ibne Mucana, poeta árabe do Séc. XI, que nasceu e residiu em Alcabideche.
oxalá nunca te faltem, nem grãos para semear, nem cebolas, nem abóboras, se és homem de decisão precisas de um moinho, que funcione com as nuvens sem necessidade de Regatos." O espaço rural era constituído por pequenas comunidades caracterizadas por tipos de povoamento aglomerado e disperso. A aldeia/casal caracterizava-se por ser uma propriedade bastante dividida (minifúndio), muitas vezes pertença de vários membros da mesma família. As casas eram construídas com dimensões muito reduzidas; o melhor e o maior espaço à volta das casas era para os rebanhos e para as terras de cultivo. A colectividade representava a aldeia, o esforço e o empenhamento comuns. Com tal propósito, foi fundada, em 1890, a Associação de Socorros Mútuos de Alcabideche, actual Edifício Montepio. A maior concentração de moinhos de vento no concelho situa-se nesta freguesia. A primeira referência que se conhece sobre eles consta de um poema de Ibne Mucana. A sedentarização da população e o início das actividades agrícolas, com a consequente utilização de cereais na alimentação, levou à criação de diferentes engenhos de moagem. Sabe-se que as estruturas de moagem do concelho se mantiveram em laboração até mais tarde do que as outras suas congéneres na região de Lisboa, por constituírem um mercado abastecedor local e por distarem das grandes zonas fabris. De vestígios da antiga igreja de S. Vicente de Alcabideche, anteriores ao terramoto de 1755, restam alguns elementos lapidados dos séculos XV e XVI: uma verga de porta, decorada, três pias para a água benta e um fuste de coluna com capitel aos gomos, encontrada aquando do levantamento do antigo cemitério existente no adro. O frontão que se encontra por cima da porta tem a data de 1759, mas não se sabe ao certo qual foi a data da sua fundação. O actual templo é de construção posterior ao terramoto, mas o local já teria um fim sagrado na época romana. Três anos após o terramoto de 1755, o padre Fortunato Lopes de Oliveira, no relatório sobre a paróquia de Alcabideche, inserido no Dicionário Geográfico de Portugal, da Torre do Tombo, diz que"...a igreja ficou toda rasa". Servia como capela a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, que se localizava no actual Largo 5 de Outubro. Para apoiar os peregrinos que participavam nas festas do Espírito Santo ou do Imperador, existiu em Alcabideche um hospital, que pertencia a uma confraria. Ainda hoje existe o edifício onde esteve instalado o referido hospital. Alcabideche está ligada à devoção da Senhora do Cabo. Esta festividade realiza-se de 26 em 26 anos. A imagem esteve pela última vez em Alcabideche em 1986. Actualmente, é a maior freguesia do concelho com 39,8 Km2, e também uma das mais populosas com cerca de 32 000 habitantes, segundo dados dos Censos de 2001. De local rural de pequena economia transformou-se, nos últimos anos, num espaço socio-territorial multifuncional, reforçado com a construção da auto-estrada. O aparecimento das grandes superfícies comerciais e de serviços cria um eixo cosmopolita, no que eram os limites de Cascais. |
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