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Recrutamento de nadadores sem fiscalização |
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Não há entidade que fiscalize o número de elementos no activo Dos 5300 nadadores-salvadores certificados - nos últimos três anos - para fiscalizar as praias portuguesas menos de um terço é contratado. Portugal necessita de pelo menos 1500 nadadores-salvadores. Contudo, o número efectivo da salva vidas no activo é "impossível saber", disse ao DN o presidente da Federação Portuguesa de Nadadores- -Salvadores (FPNS), Alexandre Tadeia. Também sem controlo está o número e qualidade de elementos nas praias.
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Segundo Alexandre Tadeia, muitos dos jovens que frequentam o curso de Nadador- -Salvador ministrado pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), única entidade certificadora, ainda são estudantes e na época balnear estão em fase de exames. Outros são do curso de Educação Física e optam por trabalhar em piscinas pois é mais valorizado no curriculum e melhor pago, outros ainda optam por empregos a ganhar mais. Por isso, muitos dos nadadores-salvadores formados acabam por não chegar às praias.
A contratação destes elementos é feita pelos concessionários (bares ou restaurantes), autarquias ou juntas de freguesias. Cada um paga o que quer e "muitas vezes o nadador-salvador tem de executar tarefas para além de fiscalizar a praia como montar os chapéus de sol, alugar barcos ou gaivotas...", lamenta Alexandre Tadeia. Por isso, muitos recusam o emprego.
O mesmo responsável adiantou que actualmente Portugal necessita de pelo menos 1500 nadadores-salvadores. Contudo, o número efectivo da salva-vidas no activo é "impossível saber". Isto porque a entidade certificadora (ISN) não tem a função de fiscalizar ou contabilizar o número de nadadores-salvadores em cada praia, explicou ao DN fonte do Instituto. Assim, uma praia onde para maior segurança deveriam estar dois ou três salva vidas pode estar só um pois não há quem contabilize ou fiscalize esse pormenor. A Polícia Marítima só tem competência para verificar se os nadadores-salvadores activos têm credencial.
Para tentar resolver o problema o ministério da Defesa, que tutela o ISN, aguarda a promulgação do Presidente da República, de um diploma que visa regulamentar o número de nadadores-salvadores nas praias. Assim, as frentes de praia com cem metros devem ter dois nadadores. Em discussão, está também o Estatuto Jurídico dos nadadores-salvadores. O documento, feito em colaboração com a recém-criada FPNS prevê a criação de bases para uma carreira. A sua publicação está para " muito breve" referiu. A profissionalização do sector é fundamental para resolver o problema anual de falta de vigilância, considerou . Tadeia alerta ainda que o País não tem um Plano Nacional contra o Afogamento. "É um problema de saúde pública", sublinha. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 03-06-2008 13:58:42 (154823 Leituras, Votos 4419) |
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