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INEM contradiz família

A delegada regional do INEM para Lisboa e Vale do Tejo, Isabel Santos, garantiu ontem nunca ter existido uma segunda chamada da família da mulher que sexta-feira morreu em Cajados, Setúbal, ao contrário do que garantem os familiares.
A mesma médica admitiu a existência de uma primeira chamada feita pelo pai da vítima. “Às 06h47, ligou a dizer que a filha tinha desmaiado”, explicou Isabel Santos, admitindo, a referência por parte do pai “a perda de sangue no nariz, provavelmente na sequência da queda pelo desmaio”.

Esta responsável adianta que “não foi imediatamente enviada uma ambulância porque a vítima entretanto recuperou” e disse “não precisar de assistência, nem querer uma ambulância”. Uma versão que é confirmada por Heitor Ramalho, marido da falecida, Sandra Viegas, que, em declarações à TVI, recordou: “Nós ainda insistimos, mas ela dizia que estava bem.”

Segundo a delegada regional, os telefonistas recomendaram alguns procedimentos cautelares e especial atenção a recaídas, que, a ocorrerem, deveriam “imediatamente motivar novo telefonema”.

Mas, ao contrário do que alega a família – que após novo desmaio garante ter feito um segundo telefonema, obtendo como resposta “Isto não é nenhuma fábrica. Vá arejar a cabeça” – não há no INEM registo deste segundo telefonema.

Isabel Santos garantiu que “o INEM só voltou a saber do caso às 08h08, pelos Bombeiros de Águas de Moura”, acrescentando terem sido estes “a receber o pedido de auxílio”.

Após a descrição dos sintomas feita pelos bombeiros, em que é referida uma paragem respiratória, Isabel Santos diz ter sido “enviada uma primeira ambulância de Águas de Moura, logo seguida de uma Viatura Médica de Reanimação Rápida (VMER)”.

A verdade é que nem esta VMER foi já a tempo, tendo Sandra Viegas, 31 anos, falecido, vítima do que se julga ter sido uma embolia pulmonar.

Confrontada com a possibilidade de ter sido apagada a segunda chamada, Isabel Santos garante que “os registos não são passíveis de ser apagados”, até porque “o registo é informático e fica num outro edifício”.

Sobre este caso, o presidente da Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (ANTEPH), Nelson Baptista, defendeu o “envio de uma ambulância logo após a primeira chamada”.

A responsável regional do INEM responde que não reconhece ao técnico “autoridade ou competência para tecer comentários de teor médico ou triagem médica”.

Questionada pelo sobre a competência dos telefonistas do INEM, Isabel Santos garantiu que “todos têm formação específica e são sempre supervisionados ou acompanhados por um médico”.
Autor: José Palha Publicado em: 28-01-2008 11:38:11 (1254 Leituras, Votos 284)
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