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Alijó:INEM anuncia ambulância SBV para último trimestre do ano |
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O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou hoje colocação, no último trimestre deste ano, de uma ambulância Suporte Básico de Vida (SBV) no concelho de Alijó, cujo serviço nocturno do SAP foi encerrado a 27 de Dezembro. |
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O governador civil de Vila Real afirmou que o prazo pode ser antecipado embora, no concelho, as seis corporações de bombeiros existentes se queixem de não possuírem protocolos com o INEM.
António Martinho, disse à Lusa que, «face às necessidades» do concelho, poderá ser possível «antecipar» a entrada em funcionamento da SBV em Alijó.
No entanto, a colocação dos meios do INEM naquele concelho é considerada pela população local como «tardia», visto que ocorrerá depois do encerramento nocturno do Serviço de Atendimento Permanente (SAP).
O coordenador da Sub-região de Saúde de Vila Real, José Maria Andrade, sustenta que «não se pode associar uma coisa à outra», até porque, segundo frisou, o «SAP dava apenas uma resposta a nível dos cuidados primários e não a nível de urgência».
O responsável adiantou que o objectivo do reforço dos meios do INEM é precisamente «dar uma resposta, o melhor e mais rapidamente possível».
José Maria Andrade referiu que o distrito de Vila Real foi «prioritário» na intervenção do Ministério da Saúde, visto que já possui duas viaturas médicas e uma viatura médica de emergência e reanimação (Vila Real e Chaves), duas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (Montalegre e Régua) e uma SBV (Chaves).
As viaturas de emergência básica, tripuladas por enfermeiros, são viaturas de socorro, destinadas à estabilização e transporte de doentes que necessitem de assistência, logo desde o encontro e durante o transporte.
Do seu equipamento faz parte material de avaliação e estabilização, de trauma e de doença súbita.
Entretanto, as seis corporações de bombeiros do concelho de Alijó, designadamente Alijó, Favaios, Sanfins, Cheires, Pinhão e São Mamede de Ribatua, queixam-se de «não terem qualquer tipo de protocolo com o INEM».
Segundo dados da Liga de Bombeiros Portuguesa, existem em Portugal 184 postos de bombeiros da rede PEM (Postos de Emergência Médica), com ambulância do INEM, e mais 180 postos de reserva, ou seja corporações com ambulância própria mas que auferem uma taxa predefinida.
Fernando Vilaça, membro do Conselho Executivo da LBP, disse à Lusa não entender porque razão em Alijó «não há uma corporação protocolada com o INEM»
O comandante dos bombeiros de Alijó, António Fontinha, considerou que a inexistência de protocolo «dificulta» a acção dos voluntários.
Na madrugada de terça-feira os bombeiros de Favaios não efectuaram uma saída para Castedo - onde acabou por falecer um homem de 43 anos que tinha sofrido uma queda - a pedido do CODU por falta de tripulação.
«Favaios raramente tem serviços, mas depois quando há querem saídas de imediato. E como aguentam eles este custo sem financiamento», pergunta Fernando Vilaça.
José Maria Andrade contrapõe, perguntando «como podem fazer uma guerra pelo transporte de doentes e depois localmente não estarem preparados para dar uma resposta imediata».
Fonte do INEM explicou que os protocolos com as corporações de bombeiros são efectuados de acordo com algumas condições, nomeadamente o número de saídas que o justifiquem.
O instituto paga aos PEM um subsídio trimestral que pode ir dos 6.000 aos 10.500 euros e, pelos serviços requisitados aos bombeiros, paga entre os cinco e os 170 euros, valor estipulado de acordo com os quilómetros percorridos.
A fonte disse ainda que, mesmo sem protocolo com o INEM, estatutariamente os bombeiros têm a obrigação de efectuar os serviços de urgência e emergência.
António Fontinha salientou que o número de serviços da sua corporação «já aumentou» após o encerramento nocturno do SAP.
De acordo com dados oficiais do INEM, a pedido do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), a corporação de bombeiros de Alijó efectuou 17 saídas entre 27 de Dezembro e hoje, três das quais durante o período nocturno.
Em igual período do ano passado, foram solicitadas a Alijó 13 saídas, duas das quais no período entre as 00:00 e as 08:00.
A rede de urgências que está a ser implementada pelo Ministério da Saúde consigna um tempo de acessibilidade de cerca de 30 minutos a um serviço de urgência da rede, para 90 por cento da população residente em Portugal continental.
Da sede do concelho de Alijó à urgência mais próxima, instalada no Hospital de Vila Real, são cerca de 50 quilómetros o que, cumprindo o Código da Estrada, se traduz em 44 minutos de viagem.
Sabe-se que os veículos de emergência até podem circular a uma velocidade mais rápida, sem cumprir o código da estrada, no entanto, o comandante dos Bombeiros de Alijó, António Fontinha, diz que está sem carta de condução «desde Abril».
Isto porque, segundo afirmou, foi apanhado pelo radar da Brigada de Trânsito a circular a «134 quilómetros hora no Itinerário Principal 4 (IP4), onde o máximo permitido por lei é 90 quilómetros hora.
»Apesar de circular com a marcha devidamente sinalizada e de ter uma declaração a confirmar o transporte de urgência, fiquei sem a carta, que foi substituída por uma guia«, disse.
O bombeiro aguarda agora uma decisão da ex-Direcção Geral de Viação sobre este caso.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 24-01-2008 17:00:26 (1867 Leituras, Votos 366) |
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