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Médico do INEM ouve música para aliviar dias angustiantes

Angustiante. É a palavra que para Nuno Catorze melhor descreve o seu longo dia de segunda-feira, apenas "aliviável" com música. É que às suas mãos foi parar o socorro das duas maiores tragédias que anteontem ocorreram nas estradas do País.
Logo pela manhã, e estando em prestação de serviço ao Hospital de São Francisco Xavier, o médico deslocou-se a Tires para assistir a avó e os dois netos, de quatro e seis anos, que foram atropelados numa passadeira.

À noite já estava a coordenar as operações do acidente que da A23. Este foi mais um dia em que a mulher e os três filhos - uma de nove anos e dois bebés - "perderam" em relação à profissão.

"Foi mesmo angustiante, profissional e pessoalmente. Como médico fica sempre a sensação de que podíamos ter feito mais, embora saibamos que não. A nível pessoal, estava previsto chegar a casa às 20.30 e cheguei às 03.00 do dia seguinte", conta ao DN Nuno Catorze, que desde Junho (data em que entrou para os quadros do INEM) viu a sua vida "dar uma volta".

As escalas desapareceram e "cada dia é diferente do outro" sobretudo desde que a 1 de Outubro assumiu o cargo de coordenador do Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM. Com estas funções tem de dar o exemplo. Por essa razão e por amor à profissão, voluntariou-se para acudir à tragédia ocorrida na A23.

"Estava numa reunião no INEM quando tive conhecimento da situação. Voluntariei-me logo apesar de me encontrar de licença parental", explica o médico, acrescentando que "quem faz a coordenação tem de dar o exemplo". É por isso que o telemóvel de serviço está ligado 24 horas por dia. O que vale é que os telemóveis "dão" música, uma grande paixão de Nuno Catorze que se não fosse médico seria músico.

"Sempre que o telemóvel toca oiço jazz que eu adoro", confessa, adiantando que por isso gosta de Prince. Mas a sua "especialidade" é a música clássica. Entre os seis e os 26 anos estudou música, tendo chegado a estudar flauta barroca no conservatório. Bach e Monzart são mesmo música para os seus ouvido.

Aliás, independentemente do género, o médico é apologista de que "todos os doentes devem ter à cabeceira

música. Está provado que melhora o estado cognitivo e emocional". Por isso esta é - além dos medicamento necessários - a receita usada em casa quando alguém adoece. Todos ouvimos muita música. Já a TV passa a vida desligada. "Às refeições é mesmo proibida", frisa, adiantando que é uma medida bem aceite por todos.

Geralmente de mota, Nuno desloca-se de Sintra (outra grande paixão pela proximidade com a natureza) para o trabalho fazendo-se acompanhar por música, sempre a música... Até quando corre - um dos poucos passatempo que ainda pode manter - já que quando o telemóvel do INEM toca ouve jazz. Depois, provavelmente vai a correr para socorrer alguém... |
Autor: José Palha Publicado em: 07-11-2007 14:33:24 (1484 Leituras, Votos 274)
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