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Queimada descontrolada matou homem e feriu filha

Um homem morreu e uma jovem sofreu queimaduras em parte do corpo num incêndio que consumiu um alpendre e que a população do Botão, freguesia de Souselas, Coimbra, tinha, ao início da tarde de ontem, dificuldades em compreender e, sobretudo, aceitar.
Carlos Costa, de 55 anos, estaria com a filha, Ana Costa, de 25 anos, a fazer uma queimada no seu terreno que, de acordo com informação dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, terá fugido ao seu controlo e alastrado ao barracão ali existente para apoio da actividade agrícola. O homem acabou por falecer no próprio local, apesar das tentativas de socorro da filha, enfermeira de profissão, que lhe valeram queimaduras de terceiro grau na zona da anca. Porém, a jovem ao final da tarde de ontem já tinha recebido alta.

Rogéria Gil e Deolinda Veríssimo, alertadas pelos gritos da jovem e pelo fumo que saía do Chão de Lagar (assim se chama o terreno junto à rua principal do Botão), foram as primeiras a chegar ao local. "A rapariga já estava a tentar tirá-lo cá para fora e fui lá e puxei pelo corpo dele. Ela depois tentou reanimá-lo, mas já não conseguiu, por causa do fumo", contou Rogéria Gil, ainda de braços chamuscados.

Os familiares e vizinhos explicavam ao JN que Carlos Costa teria intenções de queimar um monte de canas e entulho, pelo que suspeitam que o tenha feito ontem à tarde. "Aquilo à volta estava cheio de canas secas e mesmo o barracão tinha lá guardada lenha, erva seca e rações para os animais", referia a sogra da vítima mortal.

Para o povo, a explicação para o facto de Carlos Costa não ter conseguido fugir às chamas está nas suas dificuldades de locomoção, fruto de uma trombose, que, há vários anos, lhe paralizou a perna e o braço direitos. Apesar dessa "infelicidade da vida, era um homem muito bom, que não merecia isto. Estava sempre bem-disposto", recordava a amiga e colega de tratamento à diabetes, Fernanda.

Apagado o incêndio, pelos Sapadores de Coimbra, Voluntários de Brasfemes e da Pampilhosa do Botão, às 15.20 horas, hora e meia depois do alerta, o cenário que ficou foi o de total destruição. Do alpendre restavam apenas os pilares que serviam de suporte a paredes de madeira e ao telhado.
Autor: José Palha Publicado em: 30-10-2007 16:54:49 (1462 Leituras, Votos 302)
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