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Bombeiros de Coimbrões à procura de gente nova |
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"Quem vier com a ideia de ser útil à sociedade dá-se bem aqui". As palavras são de Manuel Martins da Silva, comandante dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões, em Vila Nova de Gaia, corporação que até Setembro anda à procura de gente nova para os seus quadros, no âmbito das comemorações dos seus 101 anos de existência. Para isso, avançou com uma iniciativa, que designou "Incorporação 2007", com vista a sensibilizar a população mais jovem para se juntar aos voluntários.
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Manuel Martins da Silva reconhece a dificuldade em ser bombeiro voluntário, porque, para além da actividade profissional, cada futuro bombeiro terá de gastar 280 horas do seu tempo livre na formação. "Muitos não conseguem conciliar a profissão com o voluntariado. Nem sempre os horários são flexíveis no trabalho", afirma aquele dirigente.
A escolaridade mínima obrigatória é também um requisito indispensável, mas não representa um entrave no acto de inscrição dos futuros voluntários. Segundo o comandante, já houve "quem quisesse ser bombeiro e nós fizemos o reconhecimento, validação e certificação de competências", um exame que atribui o mesmo grau de escolaridade do que quem concluiu o nono ano.
Para receber quem quiser integrar os quadros dos Bombeiros de Coimbrões, a corporação tem já uma zona de instrução especial. Trata-se de uma casa prefabricada e de um edifício de treino, inaugurados em Maio passado, e que se destinam exclusivamente à formação dos aspirantes. A casa está equipada com três salas de aula, de estudo e de monitorização, esta última com um papel fundamental. "A partir daqui podemos controlar os exercícios de simulação, para podermos actuar se alguma coisa correr mal", explica o comandante.
O edifício de três andares está reservado à parte prática da formação, sendo utilizado na simulação de possíveis situações de incêndio. Segundo Manuel Martins da Silva, os obstáculos que se encontram no interior do edifício, colocados para atribuir mais realismo ao exercício, são alterados sempre que se inicia um novo treino. E isto para que os mais perspicazes não fixem o trajecto.
"Ser bombeiro é fixe, mas ser bombeiro não é só querer, é também sentir. Para se ser bombeiro, é preciso ter amor por isto", diz o comandante, que faz parte do corpo desta associação humanitária há 17 anos.
A campanha "Incorporação 2007" continuará até Setembro, altura em que mais uma escola de aspirantes entrará em funcionamento. "Manter o nome desta instituição no topo, como tem acontecido até agora, é vital".
"Desde os quatro anos que queria ser bombeira"
Sílvia Carvalho
Bombeira
Sílvia Carvalho, 18 anos, apresenta-se, "com orgulho", como um elemento dos Bombeiros de Coimbrões. "Desde os quatro anos que queria ser bombeira. Era muito pequena quando vi um grupo de cinco bombeiros a tentar ajudar cerca de 50 pessoas com um garrafão de água. E isso sensibilizou-me". Há um ano e quatro meses na corporação, confessa que já sentiu momentos de ansiedade, mas nunca medo. "Vou sempre acompanhada por pessoas experientes que ajudam se for necessário", afirma. E ser mulher não é um obstáculo. "Faço tudo o que os homens fazem", garante. Sílvia acredita que o espírito de bombeiro não está a perder-se. "Quem se dedica a este serviço é boa pessoa e tem o lema em mente. Compensa quem falta".
"Herdei da minha família a vontade de ser voluntário"
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Autor: José Palha |
Publicado em: 22-08-2007 17:33:55 (1923 Leituras, Votos 371) |
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