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Sardoal: Autarca diz ter encontrado engenhos explosivos na zona do fogo

presidente da Junta de Freguesia de Alcaravela, Sardoal, disse hoje ter encontrado pequenos engenhos explosivos espalhados pelo local onde o fogo lavrou nos dois últimos dias, tendo de imediato chamado a Polícia Judiciária para investigar o caso. "Sei como isto começou porque fui eu quem encontrou os engenhos que para aqui espalharam. São pequenas bolas brancas, semelhantes à cabeça de um fósforo, e que entram em combustão lenta até explodirem e espalharem o fogo
Quando peguei nelas e as mandei para o chão explodiram logo e chamei a Judiciária", disse Manuel Serras à Agência Lusa. O incêndio que lavrou desde segunda-feira nos concelhos de Sardoal, Abrantes e Mação terá consumido uma área florestal de cerca de 2.000 hectares - de forma descontínua -, sendo a freguesia de Alcaravela a mais afectada, com um terço da sua mancha verde a ser destruída pelas chamas.

Desânimo e revolta é o sentimento das populações afectadas pelo incêndio, que deixou um rasto negro de destruição à sua passagem. Manuel Serras, presidente da Junta de Freguesia de Alcaravela, disse à Agência Lusa que as pessoas que iam agora tirar os primeiros rendimentos da floresta depois dos fogos de 1995, "estão de cabeça perdida". "Uns estão desanimados e dá-lhes para chorar, outros estão revoltados com tudo isto", exemplificou o autarca.

Segundo o responsável autárquico desta freguesia do concelho de Sardoal, onde o pinhal e eucaliptal representam 80 por cento da sua riqueza e são uma das principais fontes de rendimento das suas gentes, "os prejuízos são muito grandes e ascendem seguramente a um milhão de euros".

"Só na Presa foi destruído um tractor e respectivo reboque, várias alfaias e quatro arrecadações agrícolas com porcos, galinhas, patos e coelhos", contabilizou. Em declarações à Lusa, Manuel Serras diz não ter dúvidas das causas deste incêndio e defende que "o Estado devia legislar no sentido de que todas as pessoas que sejam encontradas na floresta têm de se identificar ou fazer prova de possuírem propriedades". Manuel Serras considerou ainda ser "de lamentar" que a candidatura apresentada pela autarquia para a obtenção de kits de primeira intervenção tenha tido resposta negativa. "A resposta inicial podia ter sido outra, mas quem decide está algures sentado a uma secretária e não conhece a realidade florestal desta freguesia", lamentou.

"A autarquia não vai pedir nada a ninguém. Espero que quem tem responsabilidades se lembre que isto ardeu e que me contacte o que até agora ainda não aconteceu", acrescentou.

Bombeiros tentam evitar reacendimentos

O incêndio que lavrou nos concelhos de Sardoal, Abrantes e Mação foi dado como dominado e em fase de rescaldo às 18:30 de terça-feira, mas no terreno continuam muitos bombeiros em acções de vigilância. António Jesus, comandante dos Bombeiros Municipais de Abrantes, que está no posto de comando instalado em Cabeça das Mós, Sardoal, disse à Lusa que "houve alguns reacendimentos durante a manhã, mas os homens estão no terreno para os apagar de imediato ou para os manter em área circunscrita, pelo que não há motivos para preocupação".

Autor: José Palha Publicado em: 22-08-2007 17:27:16 (1869 Leituras, Votos 378)
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