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Verba para bombeiros vai variar com o risco e o tipo de concelho |
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As associações de bombeiros vão deixar de receber todas a mesma verba do Estado. O Governo vai introduzir mecanismos de diferenciação e o financiamento passará a depender do risco e das características do concelho em que se inserem. Área, população, histórico de ocorrências e risco serão os pressupostos que permitirão diferenciar a verba alocada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) às várias associações.
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Diferenciação que hoje não acontece, esclareceu ao DN Ascenso Simões, secretário de Estado da Protecção Civil. "Um corpo de bombeiros recebe uma parte da verba dos jogos da Santa Casa da Misericórdia apenas por existir. É igual para todos, estejam numa cidade com 200 mil habitantes ou numa pequena freguesia". O que na, opinião do Governo, não garante a distribuição criteriosa e segundo indicadores fiáveis.
As novas regras constam da lei aprovada recentemente cuja regulamentação entra na fase de negociação com os parceiros. Para o serviço prestado pelos bombeiros no âmbito do MAI - incêndios florestais e urbanos e ocorrências de protecção civil das quais se excluiu a prestação de serviços de saúde que cabe ao Ministério da Saúde - as verbas provém das receitas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia, do Orçamento de Estado e de prémios de alguns seguros.
Com essa verba, o MAI paga o reembolso do combustível gasto pelas corporações e a segurança social dos elementos que possuem vínculo profissional com as mesmas. Há ainda outras fontes financiamento acordadas pontualmente com as associações, como a verba atribuída pelos governos civis para pagar o equipamento de protecção individual ou o dinheiro investido pelas autarquias. Além disso, as associações humanitárias podem encontrar formas próprias de financiamento e receber donativos de terceiros.
Novas regras
Com a reforma do regime jurídico dos corpos de bombeiros, o dinheiro da Administração Central vai ser distribuído de forma bem diferente. O Governo definiu o programa permanente de cooperação, o de apoio infra-estrutural e o de apoio aos equipamentos. Na base da afectação de verbas está a tipificação dos concelhos consoante a população, a dimensão, o histórico das suas ocorrências e o risco que apresentam. Nesta equação entra ainda a relação entre as características do município e os corpos de bombeiros existentes, ou seja a capacidade de resposta em termos técnicos e humanos.
Este risco determinará as verbas para o desenvolvimento das missões dos bombeiros, as infra-estruturas e o equipamento. Ascenso Simões sublinha que será valorizado o investimento na componente operacional, como nos veículos para prestar o socorro, no reforço dos comandos, nas condições de alojamento dos bombeiros ou no aparcamento dos veículos.
De fora fica o socorro pré-hospitalar. Exemplo: o MAI não paga a saída de uma ambulância para socorrer um ferido de um acidente e levá-lo ao hospital mas financia outro tipo de acções como a limpeza da via ou o desencarceramento.
A Protecção Civil Digital, sistema que liga comandos distritais e nacional permite acompanhar de forma mais rigorosa as ocorrências e os meios nela envolvidos.
A Liga dos Bombeiros Portugueses concorda com o modelo teórico de financiamento mas está preocupada com a forma como vai ser concretizado e a indefinição do montante que lhe vai ser atribuído. E alerta ainda que esta política não pode levar à fragilidade das corporações mesmo quando existem muitas num concelho. A Liga admite que esta racionalização de meios venha a criar ganhos.| |
Autor: José Palha |
Publicado em: 19-08-2007 16:09:40 (2120 Leituras, Votos 400) |
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