Bombeiros Voluntários de Alcabideche




 

Mais meios, maior preocupação

Os concelhos do Interior do distrito do Porto não vão deixar os seus créditos por mãos alheias e querem trabalhar na antecipação da época de fogos em apoio dos meios do Estado. Voluntariado, jovens, brigadas... todos podem ajudar
A Câmara de Amarante vai duplicar este ano o número de equipas de primeira intervenção geridas pelas juntas de freguesia, dotando-as de meios mínimos de combate a incêndios, nomeadamente equipamento individual de protecção e batedores.
O vereador da Protecção Civil, Carlos Silva, disse hoje à Lusa que as 20 equipas que vão actuar este ano terão “um papel importante na ajuda aos bombeiros na primeira intervenção nos fogos nascentes, logo após a detecção, e, sobretudo, na fase de rescaldo”.

Amarante prepara dois piquetes permanentes
A Protecção Civil, com a colaboração da corporação de bombeiros de Amarante, está também a organizar para os meses de maior incidência de fogos florestais (Junho a Setembro) a constituição de dois piquetes permanentes, um sedeado no quartel e o segundo, móvel e motorizado.
Esta equipa móvel fará incidir a sua acção na serra do Marão, sobretudo nas áreas de maior risco - Espinheiro, junto ao IP4, na zona de S. Bento, em Olo, e em Covelo do Monte, locais que representaram, em 2006, cerca de 70 por cento do total da área ardida no município de Amarante (1.200 hectares).

A vigilância alargada e as equipas de sapadores florestais no Marco
O vereador propõe que esta equipa móvel de bombeiros faça vigilância entre o início da tarde e as 24h00, período do dia com maior risco de incêndio, tendo em conta o número de deflagrações nos últimos anos.
Marco de Canaveses dispõe este ano, pela primeira vez, de uma equipa de sapadores florestais, formada por cinco elementos que receberam formação específica e entraram em acção no mês de Março. Segundo a Protecção Civil deste concelho, a primeira missão da equipa é a vigilância e o apoio aos bombeiros - as áreas de maior risco são as serras de Montedeiras e da Aboboreira - de modo a diminuir a área ardida no concelho, que, no ano passado, atingiu quase 1.300 hectares em 256 ocorrências.

Baião experimenta novo sistema de vigilância
Em Baião, a autarquia e as duas corporações de bombeiros (Baião e Santa Marinha do Zêzere) vão experimentar neste Verão um novo sistema de vigilância e detecção de fogos, considerado, por enquanto, “projecto encoberto”, ou seja, sigiloso, como anunciou à Lusa o presidente da câmara, José Luís Carneiro.
Este sistema, que envolve um investimento de 20 mil euros, vai ser testado nos meses de Julho a Setembro, também com a colaboração da GNR. O autarca referiu que há uma componente de vigilância electrónica e outra humana, mostrando-se esperançado em conseguir reduzir ainda mais a área ardida. “Em 2006 passámos de 1.200 hectares ardidos do ano anterior para menos de metade (560 ha) e só não conseguimos melhor porque sofremos um incêndio na Aboboreira, que começou no concelho vizinho do Marco de Canaveses, em que foram queimados mais de 400 hectares”, frisou o autarca de Baião.
José Luís Carneiro disse ainda à Lusa que vai manter este ano a aposta em cerca de 80 jovens, enquadrados em programas do Instituto da Juventude e do Centro de Emprego de Amarante, para vigiar os montes e florestas do concelho, trabalho que deu bons resultados em 2006. “Este programa de vigilância com os jovens impediu em 2006 a deflagração de cerca de três dezenas de incêndios, reduzindo para um terço o número de ocorrências, além de ter permitido levantar 40 autos de contra-ordenação, sobretudo devido a queimadas realizadas em tempo e local indevidos”, referiu o autarca de Baião.

Penafiel investe meio milhão de euros
A Câmara de Penafiel, segundo o vereador Antonino Sousa, conta investir este ano parte do meio milhão de euros atribuídos pelo Fundo Florestal Permanente no âmbito de um projecto para dois anos de prevenção de fogos florestais. “Vamos investir a maior fatia, cerca de 325 mil euros, na limpeza da floresta. Vamos iniciar esta redução de matérias combustíveis este mês e concluir em 30 dias”, disse à Lusa Antonio Sousa, salientando que “a presença das equipas de limpeza também tem uma função de vigilância”.
As três corporações de bombeiros do concelho (Penafiel, Entre-os-Rios e Paço de Sousa) contam este ano com meios de combate a incêndios idênticos aos de 2006, ano em que a área ardida foi “claramente inferior à dos anos anteriores”.
O autarca de Penafiel atribuiu o “resultado positivo” de 2006, fundamentalmente, aos vigilantes colocados no terreno, designadamente 10 sapadores e cerca de 200 voluntários, entre os quais escuteiros e elementos de um clube de todo-o-terreno.

À espera de manter o ano bom
Joaquim Ferreira, vereador na Câmara de Paços de Ferreira, disse à Lusa que 2006 foi também neste concelho “um ano muito bom” em matéria de fogos florestais, tendo a área ardida sido “inferior à média dos 10 anos anteriores a 2005”, um “ano extraordinário”, com uma extensa área ardida.
A autarquia de Paços de Ferreira ofereceu a cada uma das duas corporações de bombeiros do concelho uma viatura “topo de gama” de combate a fogos florestais, num investimento de 300 mil euros, salientou Joaquim Ferreira, acrescentando que os bombeiros dispõem ainda de duas “moto 4” para acesso rápido às zonas dos incêndios.
O autarca considerou “humanamente impossível” limpar todas as matas antes do Verão, dado a floresta ocupar cerca de dois quintos da área total do concelho, mas sublinhou que a limpeza “já começou”.
Autor: José Palha Publicado em: 07-05-2007 16:50:34 (2549 Leituras, Votos 475)
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