Bombeiros Voluntários de Alcabideche




 

Bombeiros têm prioridade no Politécnico da Guarda

Federação e Instituto celebram protocolo

O protocolo foi celebrado no seminário que juntou portugueses e espanhóis, na Guarda, para discutirem o combate a fogos florestais. No evento, o secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, anunciou que a área de intervenção contra fogos, de 15 quilómetros para cada lado da fronteira, deve ser alargada
Um observatório transfronteiriço de fogos florestais, que abrangerá o distrito da Guarda e a região de Castilla y León (Espanha), será criado em breve por iniciativa da Federação Distrital de Bombeiros. O projecto está contemplado no protocolo celebrado no sábado entre o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e a Federação Distrital de Bombeiros da Guarda (FBDG), durante a realização de um seminário internacional sobre prevenção de fogos florestais que juntou mais de três centenas de participantes de ambos os lados da fronteira.
Segundo Madeira Grilo, presidente da FBDG, com a criação do observatório transfronteiriço de fogos florestais, pretende-se "estudar as causas dos incêndios, os efeitos e suas consequências". "Projectar mecanismos de detecção precoce dos fogos florestais, para que possam ser combatidos logo à nascença", é outra das razões que justifica a ideia que o responsável espera ver concretizada até ao final do ano.

“IDEIA FENOMENAL”
"Acho esta ideia fenomenal. Os incêndios florestais não têm territórios e temos que colaborar", disse à Agência Lusa o coordenador de bombeiros da Diputación de Salamanca, António Lopes, que se mostra disponível para integrar o projecto do observatório transfronteiriço. "Estamos disponíveis não só para colaborar, como para participar na elaboração de candidaturas [a fundos comunitários], que permitam dar corpo a um projecto desta natureza", referiu o responsável.
O secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, anunciou na Guarda que Portugal e Espanha vão discutir o alargamento da "zona de intervenção mútua fronteiriça" em matéria de protecção civil e socorro, para melhorar a intervenção.
Ascenso Simões, que falava na sessão de encerramento do I Seminário Internacional de Prevenção de Fogos Florestais, anunciou que o assunto será debatido numa cimeira entre os ministros da Administração Interna dos dois países, que decorrerá em Outubro, em Portugal.
O governante justifica a necessidade de aumentar a zona de intervenção - que neste momento abrange uma área de 15 quilómetros para cada lado da fronteira - para que "a resposta seja mais rápida".

15 QUILÓMETROS NÃO CHEGAM
"Nós tivemos muitos incêndios que passaram de um território para o outro e o incêndio não tem fronteiras", disse à Agência Lusa, apontando que em muitas circunstâncias, as ocorrências "incidem sobre os dois territórios".
Referiu que em determinados pontos da fronteira "há territórios onde em 15 quilómetros de um lado e do outro não existem pessoas e nós precisamos de alargar para que a resposta seja mais rápida". O secretário de Estado da Administração Interna deu o exemplo das regiões do Alentejo e do Nordeste Transmontano que "têm muitas dificuldades [de actuação] nesta faixa dos 15 quilómetros".
"Precisamos de articular melhor e alargar o espaço de intervenção", defendeu, recordando que o trabalho já desenvolvido com a protecção civil espanhola tem sido positivo e "vai dar frutos". Sobre o aumento da área da denominada "zona de intervenção mútua fronteiriça", disse que ainda não há decisões. "Vamos estudar e decidiremos na altura própria", garantiu.

Redução da área ardida até 2012
Menos 100 mil hectares por ano
Durante a intervenção na Guarda, Ascenso Simões recordou as alterações já feitas pelo Governo em relação à Lei de Bases da protecção civil e afirmou que os incêndios florestais são "um dos principais problemas de segurança interna" do País.
O governante aludiu ainda ao Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, para dizer que até 2012, o Governo tem como meta, reduzir a área ardida na porção de 100 mil hectares por ano.

Quem participa?
O IPG e a FBDG vão liderar o processo que também deverá contar com a colaboração das Universidades de Coimbra, Beira Interior (Covilhã) e Salamanca (Espanha).
O Centro Distrital de Operações e Socorro da Guarda, os bombeiros de Ciudad Rodrigo e a Deputación de Salamanca são outras das entidades a envolver no projecto.

Bombeiros com melhores condições para estudar
A elaboração de uma proposta para a criação de um curso superior na área da Protecção Civil, Planeamento e Emergência está também inscrita no protocolo celebrado entre a FBDG e o Politécnico da Guarda. Durante a cerimónia, o presidente do IPG, Jorge Mendes, garantiu que, até Julho, a candidatura relacionada com o novo curso "será enviada às entidades competentes para aprovação". Este acordo visa, também, o incentivo à frequência daquele estabelecimento de ensino superior por bombeiros, através da aprovação de um estatuto especial para o bombeiro-estudante e o pagamento de propinas em condições mais favoráveis.
Dos dois mil e 600 bombeiros do distrito da Guarda, 40 por cento têm estatuto de estudante nos vários graus de ensino e cerca de uma centena frequenta o ensino superior, refere o presidente da FBDG, Madeira Grilo. Para aquele responsável, o protocolo é “um incentivo à formação e progressão nas carreiras” e acredita que o número de bombeiros a frequentar o ensino superior irá aumentar depois do protocolo assinado com o IPG. “As habilitações literárias ajudam na progressão da carreira e, para além disso, se o curso de Protecção Civil for avante, é uma forma de conciliar a vida profissional com o voluntariado, sem este ser abandonado”, realça.
Segundo o presidente da FBDG, a licenciatura “representa uma evolução” na carreira do bombeiro voluntário. “Acredito que o voluntariado seja eterno, mas ainda assim são necessárias mais contrapartidas para se manter”, defende ao concluir: “Será sempre uma vantagem. Quem poderá ser mais qualificado que um bombeiro, com esta formação superior, para desempenhar cargos, mesmo nas câmaras municipais, relacionados com a Protecção Civil?”

Incêndios menos destruidores em 2006
Em 2006, o distrito da Guarda foi o sexto com mais áreas ardida em Portugal, segundo o relatório final da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). Foram destruídos cinco mil 609 hectares, se bem que a larga maioria foi mato (quatro mil 583 hectares). Mil e 25 hectares ardidos correspondem a povoamentos florestais.
No último ano houve 769 ocorrências no distrito da Guarda, sendo que a maioria (550) deu origem a fogachos (incêndios com menos de um hectare).
Tanto o número de ocorrências como a área ardida total estão abaixo dos valores médios para o distrito nos últimos 10 e 25 anos.
Autor: José Palha Publicado em: 20-04-2007 17:39:43 (2114 Leituras, Votos 417)
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