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Bombeiros em risco de fechar as portas |
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Os Bombeiros Voluntários de Vouzela têm menos de 20 dias para pagar à ex-quarteleira da secção de Campia a indemnização de 100.453,16 euros sentenciada pelo Tribunal de Trabalho de Viseu. Sem dinheiro em caixa e com um passivo que ronda os 12 mil euros, o presidente da direcção, Carlos Lobo, teme pela "sobrevivência" da corporação que poderá, no limite, ter de "fechar as portas".
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Ontem, em conferência de Imprensa, foi anunciada uma assembleia geral extraordinária, para o próximo dia 21, altura em que serão definidas estratégias. "Esperamos, com o apoio de muitos sócios, tomar a melhor decisão sobre esta situação", declarou Carlos Lobo.
Hoje, o comandante da corporação, Joaquim Tavares, reúne o Corpo Activo. "Tem havido uma reacção de descontentamento. Estamos a falar de pessoas que têm os seus empregos e fazem voluntariado, de dia e de noite, sem reclamar. Espero que esta situação não os afecte".
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela (AHBVV) soube, na última quarta-feira, que tinha sido condenada a indemnizar, por trabalho suplementar, a quarteleira que prestou serviço na secção de Campia entre 1997-2004. A funcionária alegou, em tribunal, que era obrigada a trabalhar e a estar disponível 24 horas por dia.
A direcção dos bombeiros defende a publicação, urgente, de legislação que enquadre os assalariados que colaboram com estas instituições. "Há um vazio legal", avisa Carlos Lobo, que receia que outras corporações, a exemplo de Vouzela, possam vir a ser condenadas por motivos iguais.
"Este caso pode transformar-se num precedente gravíssimo", adiantou Joaquim Rebelo Marinho, presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Viseu, que deu conta de situações análogas em Loures e Caldas da Rainha. O dirigente defende uma "regulamentação jurídica" para estes casos, que tenha em conta o trabalho voluntário e o pagamento de horas extraordinárias. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 10-03-2007 17:51:53 (1588 Leituras, Votos 310) |
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