Bombeiros Voluntários de Alcabideche




 

«Companhia do Fogo» precursora dos bombeiros no Porto, nasceu há 285 anos

Há 285 anos surgia no Porto aquilo que viria a ser a génese das modernas companhias de bombeiros da cidade. Assim, em 1722, era fundada a Companhia do Fogo, ou Companhia da Bomba, constituída do 100 «homens práticos», capazes de manobraren a «bomba, machados e fouces».
Para se aquilatar da importância que este corpo assumiu, veja-se a Provisão Régia de D. João V, publicada a 5 de Fevereiro de 1728: “Dom João por graça de Deos, rei de Portugal, e dos Algarves d’aquem, e d’além mar em África, Senhor da Guiné... Faço saber aos que esta minha Provizão virem, que tendo consideração a Me representarem os Officiaes da Camara da Cidade do Porto, que na dita Cidade havia uma Bomba com que se acudia aos incêndios, remedio mais eficaz a atalhar aquelle damno, e esta estava depositada em casa de hum homem intitulado Cabo, que a tinha prompta sempre, e capaz de servir, e ao primeiro toque do sino mais vizinho ao lugar do fogo, que fazia signal de o haver, acudião à casa do dito cabo oito homens, que erão obrigados a ir buscalla... Privilégio que os iisentava dos encargos do concelho, e guerra, por prémio daquelle grande trabalho a que não só restavam castigo quando faltavão; para o que tomava conta delles em toda a ocasião o Cabo, e de tudo dava parte na Cãmara... o Tenente Coronel Bento Felix da Veiga, que por não querer conservar a isenção aos ditos homens, largarão todos as ocupações, causa por que nesta parte ficará a dita Cidade em notavel desamparo... me pedião em nome de todo aquelle Povo lhe fizesse mercê ordenar, que o Coronel que governa as Armas do Partido da dita Cidade, e seus sucessores não obriguem aos ditos homens pelo Militar, e encargos de guerra, para por aquelle trabalho terem este Privilégio por prémio...”
Como se pode, a importância dos soldados da paz começava a ganhar contornos algo épicos. Mas os serviços de incêndio já funcionavam, na cidade do Porto desde o séc. XV. A promulgação, por parte do senado da Câmara de Lisboa, de normas tendentes a prevenir incêndios provocados pelas fogueiras, manuseamento de pólvoras ou lumes domésticos, leva a que o resto do país comece a adoptar medidas semelhantes. A Câmara do Porto, em reunião de 14 de Julho de 1513, decide o seguinte: “Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apa-gavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite”. E a mesma Câmara, na reunião de 9 de Setembro de 1612 “ordenou que fossem notificados os carpinteiros da cidade de que iriam receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência”.
É já no século XIX que se assistem a mudanças mais radicais. Em 1853, a Câmara do Porto introduz o sistema de alarme das chamadas Caixas de Sinais ( de que restam apenas um ou dois exemplares), sendo que em 1889, a companhia passa a designar-se Corpo de Salvação Nacional. O nome de Batalhão de Sapadores Bombeiros surge em 1946, mantendo-se até aos nossos dias. Mas a história dos bombeiros na cidade do Porto conta com outras datas de igual relevância. Em 1870, Alexandre Theodoro Glama idealizou a criação de um corpo de voluntários, princípio ao qual se juntou Abílio Augusto Monteiro e, em 1872, Hugo E. Kopke e Walter C. Kendall. Desta forma, em 1875, nascia a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto. Mais tarde, em 1924, surgem os Bombeiros Voluntários Portuenses, oriundos de uma divisão no seio dos Voluntários do Porto.
Autor: José Palha Publicado em: 06-02-2007 15:36:50 (1458 Leituras, Votos 265)
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