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CDOS da Guarda equipado com novo veículo de comando e comunicações

O Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) da Guarda dispõe desde Dezembro de um novo Veículo de Planeamento, Comando e Comunicações (VPCC) que em termos práticos é uma espécie de “mini CDOS”.
A viatura foi adquirida no âmbito de uma candidatura comunitária ao programa Inte-rreg3A – 2ª Convocatória, apresentada pelo CDOS/SNBPC (Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil) em 2005, que também envolveu as Câmaras Municipais de Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal, Guarda, Manteigas, Celorico da Beira, Trancoso, Meda e Pinhel e a Diputácion de Salamanca (Espanha).
O concurso para a sua aquisição foi lançado em meados de 2006 e após a sua aquisição numa firma da Guarda, seguiram-se os trabalhos de carroçamento e de instalação de equipamentos em empresas especializadas.
O VPCC vai ficar sedeado na Guarda e será manobrado pelos operadores do CDOS que já receberam formação específica para esse efeito.
Já foi utilizado num simulacro realizado recentemente na Serra da Estrela, dispondo de uma “configuração mínima” que integra um motorista, um operador, um comandante de operações, outro de planeamento, outro de logística e mais um de combate. “Na célula de comando tem que haver no mínimo quatro elementos de comando ou oficiais, mais os operadores”, esclarece António Fonseca, Comandante Distrital Operacional (CODIS).
Segundo o CODIS este novo veículo que “deve funcionar quando está o posto de comando montado” no teatro de operações “tem o objectivo de melhorar a articulação, o comando e a coordenação entre os bombeiros e os vários agentes da Protecção Civil”.
“Este veículo não sai ao primeiro alarme, só sai em situações que exigem uma estrutura de comando reforçada”, acrescentou o comandante.
António Fonseca admite tratar-se de um “mini CDOS” que “vai para o teatro de operações onde apenas podem intervir corpos de bombeiros ou no caso de serem accionados os Planos de Emergência, que envolvem outros agentes da Protecção Civil”. “É um instrumento de coordenação muito bom”, admite.
O carro fica sedeado na Guarda mas poderá ser deslocado para outras zonas do país e apoiar outros Distritos, se o SNBPC assim o determinar. Por outro lado, também pode ser deslocado para operações em Espanha, ao abrigo da colaboração estabelecida entre os dois países.
Uma vez no terreno, o VPCC funcionará como “mini CDOS avançado”, filtrando a informação enviada a partir do terreno para o CDOS, poupando tempo na mobilização e no envio de meios para o teatro de operações.
A mesma candidatura, designada “BIN-Salprevencion”, que envolve verbas superiores a 1,066 milhões de euros e teve a Diputácion de Salamanca como chefe de fila, também contempla a reformulação da rede de comunicações rádio entre os bombeiros e o CDOS. Neste processo o CDOS/SNBPC suportou custos da ordem dos 220 mil euros.

“Nesta reformulação das comunicações, para além do reforço da melhoria da rede, há uma nova situação que vai ser introduzida, que é a identidade de cada veículo”, adiantou António Fonseca.
“Cada rádio tem um código de identificação que permite identificar automaticamente o veículo”, explicou, acrescentando que o novo sistema “permite-nos gerir as comunicações com sistemas do chamado STATUS que permite dar a informação sem necessidade de estar a falar”.
A instalação dos equipamentos está pronta faltando a mudança de um repetidor de sinal, podendo entrar ao serviço em finais de Fevereiro, referiu.
Como ficaram de fora do projecto transfronteiriço os concelhos de Seia, Gouveia, Aguiar da Beira, Vila Nova de Foz Côa e Gouveia, o SNBPC suporta os encargos inerentes ao alargamento da rede de comunicações aos corpos de bombeiros destes cinco concelhos, ficando assim abrangido todo o Distrito.

Aprovado projecto
que permite localizar
os veículos no terreno

O Interreg3A – 3ª convocatória também já aprovou outra candidatura, denominada “BIN-Salprevencion 2”, em que o CDOS da Guarda é o chefe de fila, relacionada com a instalação de equipamentos nos veículos dos bombeiros, num investimento superior a 3,293 milhões de euros, sendo 325,500 mil euros suportados pelo CDOS/SNBPC.
“Pretendemos dotar os veículos dos corpos de bombeiros com equipamento que permite, através do SIG – Sistema de Informação Geográfica, localizar os veículos com coordenadas. É uma tecnologia que já existe há algum tempo, mas só agora é possível aplicá-la”, explicou António Fonseca.
“Nos teatros de operações, caso dos incêndios florestais, se o veículo de comando e operações tiver também este sistema, permite-nos saber ao pormenor onde é que cada veículo está em termos de frente de combate e saber quem está a falar [via rádio]”, referiu.
Para o mesmo responsável “a coordenação operacional é reforçada com este tipo de tecnologia”, inclusivamente atendendo a que cada veículo poderá emitir um sinal de socorro indicando situações em que, por exemplo, está rodeado pelas chamas, necessitando de ajuda.
Por outro lado, António Fonseca referiu que nas operações de busca e salvamento realizadas na Serra da Estrela, durante a noite ou com nevoeiro, é possível localizar as equipas envolvidas na operação se utilizarem os sistemas portáteis que serão adquiridos no âmbito da mesma candidatura.
Este projecto envolve o CDOS, a Diputácion de Salamanca, as Câmaras Municipais de Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal, Guarda, Manteigas, Celorico da Beira, Trancoso, Meda e Pinhel, mais a Junta de Castilla Y León (Espanha) e a Associação de Municípios da Cova da Beira. O projecto também contempla a aquisição de um veículo de logística.
Segundo o CODIS o novo sistema que está nesta altura em fase de elaboração de caderno de encargos para que possa ser lançado a concurso “é muito importante em termos de coordenação operacional”.
A candidatura foi aprovada em Dezembro de 2005 e vigora até finais de 2007, sendo o CDOS da Guarda o único do país que está envolvido neste tipo de parceria transfronteiriça.
Além dos investimentos, ao abrigo do mesmo projecto, foram já realizados sete seminários em Portugal e Espanha, estando também para breve a publicação de uma brochura com todo o dispositivo de protecção e socorro existente em ambos os lados da fronteira.


Características do veículo

O veículo possui sala de comunicações, estação meteorológica, rede informática (dois computadores desktop e um portátil, podendo ser acoplados mais terminais), um sistema de vídeo com projector e um quadro interactivo que permite, por exemplo, projectar uma carta e os diagramas colocados sobre a mesma ficarem em memória, telefone (opera com as três redes móveis e fixa), fax e ligação à Internet (permite enviar dados directamente para o CNOS – Serviço Nacional de Operações e Socorro ou para o SNBPC em Lisboa).
A “mini sala de operações” instalada na viatura tem equipamentos ligados às frequências dos bombeiros, Direcção-Geral dos Recursos Florestais, aeronáutica e banda marítima (tendo em conta a navegabilidade do Rio Douro).

Autor: José Palha Publicado em: 22-01-2007 14:30:19 (2573 Leituras, Votos 492)
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