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Sapadores sem apoio do Governo

"Os Sapadores não recebem um cêntimo do Governo". A crítica é do vereador da Câmara de Gaia, Guilherme Aguiar, que denunciou, ontem de manhã, a situação de discriminação experimentada pelas seis corporações de bombeiros profissionais do pais, como a de Gaia e a do Porto.

Os custos de funcionamento e de aquisição de equipamento dos Sapadores são integralmente suportados pelas câmaras, sem terem direito sequer a comparticipação na compra de veículos pelo Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, tal como acontece com as corporações de bombeiros voluntários.

"A Câmara de Gaia gasta mais de três milhões de euros com recursos humanos dos Sapadores", explica Guilherme Aguiar, assinalando a inexistência de apoio financeiro estatal para a aquisição de equipamentos. "Se fosse uma associação voluntária poderia recorrer ao Serviço Nacional de Bombeiros e receber 75% do valor do material a adquirir. O que queremos é que os bombeiros profissionais sejam suportados igualmente nestes custos", acrescentou o autarca, que apresentou, ontem, uma moção na reunião do Executivo.

A crítica é partilhada por todas as forças políticas, representadas na Câmara. Também a CDU e o PS apontam o dedo a esta discriminação dos profissionais.

"É uma situação injusta e deve haver financiamento adequado através do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central e do Orçamento de Estado", considera a comunista Ilda Figueiredo. Já o vereador do PS, Barbosa Ribeiro, sublinha o "forte peso da companhia de Sapadores de Gaia" nas contas municipais, uma vez que "exige investimentos avultados".

Assim, o Executivo gaiense reclama que o Governo adopte, "em sede de Orçamento e de legislação específica, medidas financeiras especiais" para os municípios que suportam bombeiros profissionais, de modo a que sejam tratados com igualdade

Autor: José Palha

Publicado em: 21-11-2006 12:07:06 (1195 Leituras, Votos 250)

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