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Distribuição desigual de equipamento contra fogos |
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O distrito de Castelo Branco recebeu em Junho todo o equipamento de protecção individual para bombeiros prometido pelo Governo e vai ter um reforço. Na Guarda, ontem, ainda havia 40 por cento por entregar e já se sabia que os abrigos contra fogo não iam chegar |
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Os 300 homens que integram as equipas de combate a incêndios florestais (ECI’s) no distrito de Castelo Branco vão ter um reforço de equipamento de protecção individual prometido pelo Governo no início da época de fogos florestais, disse ao Diário XXI, Rui Esteves, coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS). “Nos próximos quinze dias, vamos entregar mais dois dolmans e duas calças para cada bombeiro”, acrescentou Rui Esteves, lembrando que as corporações do distrito foram as primeiras a receber todo o equipamento, em Junho deste ano, numa cerimónia realizada no Governo Civil de Castelo Branco na qual participou o secretário de Estado da Administração Interna. O equipamento é composto por capacetes, botas, fatos, cógulas - para protecção da cabeça e rosto - luvas e, também, abrigos florestais individuais, designados por "fire-shelter". Segundo Rui Esteves, as corporações do distrito “foram as únicas que receberam todo o equipamento, incluindo os abrigos florestais [fire-shelter] que se encontram em falta em quase todas as corporações do País”, por se tratar de equipamento importado dos Estados Unidos, fabricado por uma única empresa com um custo aproximado de 300 euros por unidade. O responsável pelo CDOS contraria assim Rui Silva, membro do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, que denunciou esta semana haver atrasos de entrega em todos os distritos, incluindo Castelo Branco.
GUARDA À ESPERA DO RESTO Ao contrário de Castelo Branco, “os abrigos florestais não foram entregues a nenhuma das 22 corporações de bombeiros do distrito da Guarda”, disse ao Diário XXI, Rogério Castela, secretário técnico da Federação de Bombeiros da Guarda. Quanto ao restante equipamento de protecção individual, “mais de 60 por cento está entregue”, acrescentou aquele responsável, admitindo que, à excepção do fire-shelter, “o restante material deverá ser entregue até ao final do ano”. Uma possibilidade que foi, de resto, confirmada ao Diário XXI por António Fonseca, coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda. “Ontem [segunda-feira] chegaram ao CDOS vários volumes entregues por uma transportadora e creio que seja o equipamento individual que faltava entregar às corporações”, referiu António Fonseca.
Atrasos Os atrasos na entrega dos equipamento, em muitas corporações do País, incluindo os distritos de Castelo Branco e da Guarda, foi denunciada na segunda-feira por Rui Silva, membro do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, em declarações à Agência Lusa. De acordo com Rui Silva, os bombeiros do distrito com maior área ardida na última época de incêndios, Viana do Castelo, ainda não receberam todos os equipamentos de protecção prometidos pelo Governo. No distrito de Braga, o segundo do País em área ardida, só no mês de Novembro é que os bombeiros receberam a totalidade do equipamento, acrescentou Rui Silva. Segundo a mesma fonte, que realizou um levantamento desta situação a nível nacional, nenhum dos corpos de bombeiros dos distritos de Beja, Leiria, Évora, Viseu, Vila Real, Setúbal, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Viana do Castelo e Guarda recebeu a totalidade do equipamento.
Equipamento O Ministério da Administração Interna anunciou, no início do ano, a entrega de equipamento de protecção individual aos corpos de bombeiros que têm equipas de combates a incêndios, através de verbas disponibilizadas pelos governo civis. O anúncio do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) especificava estar prevista para 2006 a aquisição de um total de cinco mil 220 capacetes de combate a incêndios florestais, cinco mil 220 abrigos florestais, 13 mil e 50 pares de botas, 26 mil e 100 dolmans e calças de tecido antifogo (ignífugos), 13 mil e 50 cógulas antifogo bem como 13 mil e 50 pares de luvas. O investimento previsto era de sete milhões de euros, entregues aos governos civis para aquisição dos equipamentos.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 15-11-2006 12:52:34 (2096 Leituras, Votos 296) |
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