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Ministro assinala o fim da ‘época’ dos incêndios florestais

O ministro da Administração Interna afirmou ontem, em Monchique, não ser “ainda boa altura” para falar sobre a possibilidade de o País vir a adquirir aviões anfíbios russos Beriev. O governante está já na posse do relatório de uma comissão técnica sobre a actuação este ano do Beriev nos fogos em Portugal. “Se os desvalorizar posso estar a ser injusto e se os valorizar podem encarecer, se estivermos interessados na sua aquisição”, alegou António Costa, garantindo que “essa decisão será divulgada oportunamente”.
O custo do Beriev, em catálogo, é de cerca de 24 milhões de euros e o ministro recordou que o “dispositivo fixado em termos de meios aéreos prevê quatro aviões pesados”. Recorde-se que há a possibilidade de a aeronave ser adquirida no âmbito da negociação da dívida da Rússia a Portugal.

Para o governante, que participava na cerimónia que assinalou o fim da fase ‘Charlie’ (período de maior risco de incêndio, iniciado a 1 de Julho) e a entrada na fase ‘Delta’ (presumivelmente mais calma, devido à diminuição do calor e à chuva), “será difícil conseguir uma redução da área ardida para valores mais baixos do que os registados este ano”: “O total no País foi de 72 mil hectares, um valor melhor do que o das médias dos últimos anos e abaixo da nossa meta para 2012, que era de 100 mil hectares”, esclareceu.

Para o governante, foi decisiva para este resultado a actuação “bem articulada” do dispositivo integrado de combate a incêndios florestais, que este ano funcionou pela primeira vez, envolvendo bombeiros, Forças Armadas, GNR (através dos GIPS – Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro), sapadores da Direcção-Geral dos Recursos Florestais e do Instituto de Conservação da Natureza e produtores.

António Costa alertou, contudo, para a necessidade de se “arregaçar as mangas” e avançar com medidas de prevenção no âmbito da “reestruturação da floresta. “O Ministério da Agricultura tem um Plano Nacional para a Defesa da Floresta, a ser implementado até 2012”, recordou.

“Em Maio voltaremos a estar em prontidão, mas até lá temos de apostar na formação, equipamento, estratégia e comunicações, com vista a um trabalho em rede”, adiantou António Costa. Sobre a articulação da GNR com os bombeiros, um aspecto sobre o qual chegou a haver dúvidas, esclareceu que “genericamente tudo funcionou bem e, nalguns sítios, excepcionalmente bem”.

António Costa reúne hoje com todos os presidentes de câmara com mais de 500 hectares de área ardida.

LIGA RECUSA "TRIUNFALISMO" POLÍTICO

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses recusou “triunfalismos” quanto aos resultados positivos do combate aos incêndios e defendeu uma análise mais serena do cenário ontem traçado pelo ministro. “Estamos satisfeitos com os resultados, mas a análise técnica deve ser feita com serenidade e sustentabilidade, adversárias da análise política que precisa de resultados imediatos”, disse Duarte Caldeira.

Mostrando-se satisfeito com os resultados obtidos e reconhecendo alguma “justeza” nas medidas implementadas este ano – nomeadamente a criação dos GIPS da GNR –, o responsável sublinhou que ainda é prematuro avançar com conclusões. Sustenta que falta ainda reunir informação e analisar o conjunto de incêndios cuja área ardida ultrapassou os 500 hectares.
Autor: José Palha Publicado em: 16-10-2006 17:03:10 (1892 Leituras, Votos 404)
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