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Investimento na floresta cresce mas acções de prevenção ainda são escassas |
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Os investimentos na floresta cresceram no último semestre. Apesar de nos últimos anos a procura de apoios para acções de reflorestação ter ficado aquém do previsto, em Julho já tinham sido ultrapassadas as metas acordadas com a União Europeia. A reflorestação e o ordenamento também contam agora com novas regras. No terreno, o trabalho de prevenção dos fogos, caro e demorado, já começou embora seja ainda muito incipiente.
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Em seis anos, Portugal acordou com a União Europeia fazer intervenções em 245 mil hectares de floresta. As candidaturas apresentadas até ao final de Julho já ultrapassavam o previsto, abrangendo 268 mil hectares. Os montantes são avançados pela UE ao abrigo do Programa Agro e destinam-se a acções de reflorestação de zonas ardidas, mas incluem também melhoramentos nos povoamentos florestais e plantações.
Uma fatia destas verbas dirige-se também a acções de infra-estruturação, ou seja, criação de caminhos, colocação de pontos de água e a gestão de faixas de contenção de combustível. Estas acções visam proteger a floresta dos incêndios e, caso estes aconteçam, suster a violência das chamas e criar condições para a actuação dos bombeiros.
As orientações de como deve ser feita a reflorestação e a intervenção na floresta depois da passagem do fogo foi definida pelo Conselho Nacional de Reflorestação em conjunto com as comissões regionais, que integram responsáveis das câmaras, produtores florestais, bombeiros e elementos do Instituto de Conservação da Natureza.
As regras definidas por esta unidade de missão criada pelo Governo em 2004 foram estipuladas para as zonas ardidas, mas já foram incorporadas noutros mecanismos de planeamento. Os planos regionais de ordenamento florestal - que definem que floresta ter - já incluem estas regras, bem como o recém aprovado Plano Nacional de Defesa da Floresta contra os Incêndios.
O objectivo é criar uma floresta adaptada às funções actuais, que não passam apenas pela produção de madeira e papel, mas que incluem novos objectivos, como a conservação da natureza, explicou ao DN, João Pinho, responsável pela extinta comissão de reflorestação.
Para além desta reflexão sobre que floresta o País deve ter - que espécies colocar, onde e como, de maneira a diminuir a vulnerabilidade ao fogo - foi definida uma rede de infra-estruturação. Já está a ser criada no terreno uma rede de gestão de faixas de combustível que funcionem como barreiras ao fogo. Inclui obstáculos naturais, como albufeiras, zonas agrícolas ou estradas, mas também zonas florestais. Nestas a gestão do combustível implica limpeza e manutenção. "Um trabalho caro, demorado e difícil, uma vez que muitos não acreditam neste tipo de acções. E ainda incipiente. Mas esta gestão estratégica é que é a prevenção", conclui João Pinho. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 24-08-2006 11:56:50 (1225 Leituras, Votos 249) |
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