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Incêndios minam relação SIC-RTP |
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A polémica em torno do artigo de Eduardo Cintra Torres derivou para uma troca de palavras entre SIC e RTP. Segundo José Gomes Ferreira, subdirector de Informação do canal de Carnaxide, a televisão estatal propôs minimizar a cobertura dos incêndios florestais. António Luís Marinho, director de Informação da RTP, diz que é mentira. |
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TV & Media
2006-08-24 - 00:00:00
Polémica - Após artigo de Eduardo Cintra Torres Incêndios minam relação SIC-RTP
Ricardo Meireles/Lusa
A cobertura televisiva do flagelo das chamas está no centro de um diferendo que agora envolve também as estações generalistas A polémica em torno do artigo de Eduardo Cintra Torres derivou para uma troca de palavras entre SIC e RTP. Segundo José Gomes Ferreira, subdirector de Informação do canal de Carnaxide, a televisão estatal propôs minimizar a cobertura dos incêndios florestais. António Luís Marinho, director de Informação da RTP, diz que é mentira.
“Há dois anos Sevinate Pinto propôs que não se efectuasse a cobertura dos incêndios florestais. O ano passado o Governo repetiu o pedido. Este ano não o fizeram, mas, por sua vez, a própria RTP, antes do Verão, propôs um acordo para que as estações portuguesas autolimitassem a informação sobre esta matéria”, acusa Gomes Ferreira.
“Isso não é verdade”, diz Marinho, explicando que o contacto efectuado “era um mero convite para nos sentarmos à mesa e discutirmos a melhor forma de tratar o assunto”, em virtude das críticas que, nos últimos anos, atingiram os canais a propósito da cobertura dos fogos. “Eles [SIC e TVI] é que pediram para não participar. Já o ano passado se tinham recusado a participar num ‘Prós & Contras’ sobre o tema”, diz.
As críticas também estão bem presentes na SIC e Gomes Ferreira defende que a polémica gerada pelo artigo de Cintra Torres “prova que estávamos certos. Agora, a RTP é criticada, o que prova que não se pode, nem se deve, esconder a realidade aos portugueses”. Mário Moura, director-adjunto de informação da TVI, concorda com a posição. “Nós damos notícias. Somos jornalistas e transmitimos a realidade do País”, defende, declarando ser “problema da RTP se quer minimizar as notícias. Estávamos contentes com o trabalho efectuado nos anos anteriores e mantivemos a estratégia”.
Anteontem, em pleno ‘Jornal das 21’, da SIC Notícias, Marinho acusou Cintra Torres de não ter carteira profissional actualizada e, por isso, não poder apresentar-se como jornalista. O crítico não mostrou o título perante as câmaras, mas Mário Crespo confirmou a sua validade.
“Fui induzido em erro pela Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas, que já hoje teve oportunidade de corrigir a informação que me passou”, explicou Marinho ao CM. Segundo o organismo, a falsa informação deveu-se a “erro informático”, confirmando que Cintra Torres “tem o seu título profissional válido para o biénio 2006/2007”.
Marinho interveio via telefone, por não ter sido convidado, o que apelida de “inqualificável”. Ricardo Costa, director do canal, explica que “o modelo do ‘Jornal das 21’, embora preveja o frente-a-frente, assenta muito na entrevista”, acrescentando que “a ideia de convidar Cintra Torres foi do Mário Crespo e passava mais por conhecer os fundamentos da crítica do que por criar um debate”.
CRONOLOGIA
DOMINGO
Cintra Torres, em artigo do ‘Público’, acusa a direcção de Informação da RTP de se vergar ao Governo socialista.
SEGUNDA-FEIRA
A RTP, em comunicado assinado pela direcção de Informação, anuncia que vai processar o crítico por difamação.
TERÇA-FEIRA
Luís Marinho, director de Informação da RTP, liga para a SIC Notícias, onde Mário Crespo entrevistava Cintra Torres, e arrasa o crítico em directo.
QUARTA-FEIRA
A SIC aproveita a polémica para atacar a direcção de Informação da RTP.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 24-08-2006 11:49:30 (1574 Leituras, Votos 280) |
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