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Incêndios Florestais- Números longe dos da Comissão Europeia |
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As chamas devoraram, entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto, 33 164 hectares de mato e floresta, segundo dados divulgados ontem pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). Este valor é substancialmente inferior à estimativa de área ardida divulgada esta semana pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia, que apontava para um valor próximo dos 50 mil hectares.
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A justificação dada pela DGRF para esta discrepância assenta no “carácter provisório” dos números ontem divulgados, que “não reflectem a totalidade de área ardida verificada no período em análise”. Em causa, acrescenta a DGRF, os “grandes incêndios florestais ocorridos entre 7 e 12 de Agosto nos distritos de Viana do Castelo, Leiria e Évora”, cujos levantamentos estão a decorrer.
Mesmo tratando-se de dados provisórios, é seguro que, no período em análise, a área ardida este ano é inferior à média dos últimos cinco (165 398) e bastante menos que a registada no ano passado (197 004 hectares). A situação é diferente no que diz respeito às ocorrências: até 15 de Agosto, os bombeiros foram chamados a intervir em 19 195 ocasiões – um valor superior à média do quinquénio (17 933), embora inferior ao ano passado (24 133).
Fica claro que a primeira quinzena de Agosto foi a mais negra do ano em matéria de incêndios: o número de ocorrências situou-se em 6805 (mais 2859 face ao valor médio para o mesmo período), as quais foram responsáveis por 16 853 hectares de área ardida. Ou seja, nas últimas duas semanas ardeu mais floresta do que em todo o resto do ano, estando ainda por contabilizar o total da área consumida pelos maiores incêndios. Este facto deveu-se às condições meteorológicas severas (altas temperaturas e baixa humidade) verificadas, sobretudo, na segunda semana do mês. Condições semelhantes às ocorridas em 2003, embora não tão severas como em 2005 – os dois piores anos da década.
Os distritos que registaram, entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto, maior número de ocorrências foram Porto, Braga e Aveiro. Só estes distritos contabilizam 46 por cento do total das ocorrências. Quanto a área ardida, Braga é o distrito mais fustigado pelas chamas, seguindo-se Viseu e o Porto. A área de floresta consumida pelos fogos nestes três distritos representa mais de metade do total.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 19-08-2006 13:13:48 (969 Leituras, Votos 212) |
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