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"Prevenção não produziu os resultados desejados"

O ministro da Administração Interna (MAI) decidiu fazer, ontem, o balanço do combate aos fogos florestais - no dia em que o alerta passou a amarelo, depois de nove consecutivos em alerta laranja -, admitindo que " a prevenção não produziu os resultados desejados" e não escondendo desagrado pela atitude dos responsáveis do Instituto da Conservação da Natureza (ICN), no incêndio na Peneda-Gerês, responsável pela demora da chegada dos bombeiros ao local.
Em conferência de Imprensa, António Costa referiu que só na terça-feira, dia 15, haverá dados sobre o total de área ardida - a divulgar pela Direcção Geral dos Recursos Florestais -, mas ressalvou que, em nove dias, não houve mortos nem feridos graves em combate, havendo a registar apenas cinco casas danificadas e uma fábrica atingida.

"Taxa de sucesso"

Segundo o ministro,desde o início do ano, estiveram envolvidos no combate aos fogos 65 mil elementos, 16 mil viaturas, 68 pelotões das Forças Armadas e 1162 missões de intervenção aérea - 688 das quais de primeira intervenção, só na última semana, com uma "taxa de sucesso" de 90%.

O governante referiu também as mais de 9500 acções de patrulhamento e vigilância da GNR, que resultaram em mais de 160 autos de contra-ordenação e mais de 250 processos-crime. Quanto à Polícia Judiciária, António Costa sublinhou os 600 inquéritos em curso, as 23 detenções efectuadas e as cinco medidas de prisão preventiva.

O ministro mostrou-se ainda solidário com as declarações do subdirector da PJ, Pedro Carmo, ao afirmar que "é, obviamente, um motivo de preocupação" os incendiários aguardarem julgamento em liberdade, porque são quase sempre reincidentes.

A principal causa da média de mais de 500 ignições diárias durante Agosto apontada por António Costa foi a falta de limpeza das matas, o combustível acumulado e a mistura entre o espaço florestal e urbano e a capacidade de detenção e resposta que, no caso da Peneda-Gerês, admitiu, não foi adequada.

Costa disse tratar-se de "um assunto arrumado" depois de, há três dias, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, ter dado "instruções" para o ICN consentir nos acesso das forças terrestres. Em causa estava o abate de espécies dentro do parque para permitir a passagem das viaturas, o que terá atrasado a chegada dos meios terrestres.

Quanto ao meios pesados em uso, Costa referiu que "são os disponíveis no mercado", pois "só há dois Canadair para alugar". Mesmo assim, "foi possível criar com uma empresa russa um contrato de experimentação com um avião pesado", acrescentou.

À margem da conferência, o JN soube que a hipótese de um comando político único no comabte aos fogos é ainda remota. Para o MAI não é viável acumular as actuais competências com a tutela das florestas e menos ainda retirar as áreas protegidas do Ambiente.
Autor: José Palha Publicado em: 14-08-2006 12:54:58 (1660 Leituras, Votos 378)
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