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Descoordenação florestal e falta de vigilância alvo de críticas |
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O Governo foi ontem acusado de descurar as missões de vigilância no combate aos fogos florestais, ao ter reduzido as missões de patrulhamento do Exército, ao contrário do que aconteceu no ano passado. Houve também críticas à descoordenação florestal por falta de um "comando político único", disperso pelos ministérios do Ambiente e da Agricultura, assim como à falta de uma política de prevenção para a floresta.
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As acusações foram feitas por deputados da oposição da Comissão Eventual para os Fogos Florestais da Assembleia da República, que ontem assistiu à reunião semanal do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, e onde esteve também presente o secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões.
Parte das críticas - com 45 recomendações - foram avançadas pelo deputado socialista e presidente da Comissão Rui Vieira, invocando também o relatório elaborado pela Assembleia da República sobre os fogos florestais e entregue ao Governo. Segundo Rui Vieira, o "ordenamento florestal do território e a prevenção estrutural têm que ser assegurados por um responsável político, um ministro, com todas as áreas adstritas, uma coordenação unívoca", numa alusão crítica à actual partilha de responsabilidades entre o Ambiente e a Agricultura.
Elogiou depois a coordenação no combate aos fogos e o incremento da profissionalização, a manter no próximo ano, mas logo depois o deputado do PCP, Agostinho Lopes, estendia as críticas à redução, este ano, da participação do Exército nas patrulhas de vigilância das florestas, uma medida preventiva que terá sido alterada pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais. Em declarações ao JN, o deputado do PSD Miguel Almeida partilhou as mesmas críticas relativamente ao corte nos militares, alegadamente por razões financeiras, se bem que Ascenso Simões tenha comentado que esse esforço militar tinha sido canalizado pelo Governo para o combate ao fogo.
Coincidência ou não, durante a tarde o Estado-Maior do Exército emitia um comunicado onde salientava que "desde 1 de Julho o Exército assegura a satisfação integral das solicitações que lhe foram feitas pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) em matéria de protecção da floresta conta incêndios", no âmbito do plano Vulcano, e do empenhamento de até ontem "num total de aproximadamente 1500 militares", no âmbito do plano Lira, nos termos de um protocolo com o SNBPC.
O JN sabe que a DGRF tem que pagar ao Exército 13 euros dia por soldado e 16 euros por oficial ou sargento por dia. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 09-08-2006 13:21:17 (1302 Leituras, Votos 302) |
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