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"A nossa missão não é substituir os bombeiros" |
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Como vão actuar os GIPS?
Actuarão no domínio da primeira intervenção e socorro. Como a calamidade actual são os incêndios, temos indicação do Governo para em 2006 actuar na primeira intervenção de combate aos fogos.
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Mas, na prática, como vão interagir com os outros agentes no terreno?
Todos os alertas de fogo caem nos Comandos Distritais de Operação e Socorro (CDOS), que dão ordem para avançar uma equipa helitransportada. Ao fim de 30 minutos, nós saímos, porque já não temos meios para atacar o fogo, e chegam os grupos de intervenção dos bombeiros, que iniciam o combate. O esquema está pensado para haver uma passagem natural de uma fase para outra.
Quem decide os contornos e os timings destas operações?
O chefe da equipa helitransportada avalia a situação ao chegar ao local e decide. Mas, na teoria, a operação cessa após a segunda descarga de água do helicóptero, pois temos de estar disponíveis para atacar outros fogos nascentes. O chefe de equipa dá ordem de retirada.
Mas quem toma outras decisões?
A Guarda vai ter um oficial no CDOS e no Centro Nacional de Operações de Socorro. A ordem vem daí e será tomada em conjunto. Qualquer decisão estratégica, como deslocar os GIPS para outro distrito, é tomada pelo presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e pela Guarda.
Não teme divergências no terreno entre a Guarda e os bombeiros?
Não, porque a nossa missão não é substituir o trabalho dos bombeiros mas, com eles, tentar diminuir o número de incêndios que têm devastado o nosso país.
Os bombeiros queixam-se de que as questões do comando ainda não estão bem definidas e clarificadas.
Esta é uma realidade nova para todos. Começámos a trabalhar em Dezembro. Mas vai haver sessões de esclarecimento a nível distrital para, quando a Guarda entrar no teatro de operações (15 de Maio), sabermos qual a responsabilidade e as competências de cada um.
Com este recrutamento para os GIPS, as unidades da Guarda não vão ficar desfalcadas?
Esta missão que foi dada à Guarda obrigou a adaptações dentro do dispositivo. Mas os portugueses não vão ficar com menos segurança por causa dos GIPS. As missões de policiamento estão garantidas. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 02-03-2006 15:43:38 (1208 Leituras, Votos 233) |
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