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Ambulância faz um morto na estrada em Peniche |
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Uma ambulância de transporte de doentes dos Bombeiros Voluntários de Peniche despistou-se, ontem, à entrada da cidade, e foi chocar contra um veículo ligeiro. O condutor deste automóvel, um pescador de 63 anos, morreu. A mulher e um filho da vítima seguiam noutro carro e assistiram a tudo.
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Segundo fonte da PSP, a colisão ocorreu pelas 09h20, numa altura em que o piso se encontrava muito escorregadio. O condutor da ambulância regressava de Lisboa, onde tinha ido levar uma paciente ao hospital. À saída da EN114, na Avenida Monsenhor Bastos, perdeu o controlo da viatura, galgou o separador central e foi embater no automóvel conduzido pelo pescador, atingindo ainda uma terceira viatura.
Luís Filipe Verdingola Belo Costa, pescador, natural e residente em Peniche, foi transportado ao hospital da cidade com paragem cardíaca, acabando por falecer. A vítima tinha três filhos, um deles menor, de cinco anos.
O pescador ia colocar o carro na revisão. Atrás, noutro carro, seguiam a mulher e o filho mais novo, para o transportarem de volta. Segundo Maria Augusta, cunhada da vítima, “como começou a fazer mau tempo ele fez sinal e ultrapassou o carro da mulher para ir à frente, de modo a que ela seguisse sem problemas atrás dele. Pouco depois, foi apanhado pela ambulância”.
A mulher e o filho testemunharam o acidente e ficaram em estado de choque. A mulher “foi uma das primeiras pessoas a chegar ao veículo e ainda tentou arrancar a porta para retirar o marido, mas ele estava preso por causa da ambulância ter caído em cima do automóvel”.
O trânsito esteve condicionado durante uma hora numa das faixas de rodagem, para facilitar as operações de desencarceramento da vítima.
O bombeiro, de 64 anos, e o condutor do terceiro veículo, envolvido no acidente, ambos naturais e residentes em Peniche, sofreram ferimentos ligeiros. Apenas o condutor da ambulância necessitou de tratamento hospitalar. O acidente foi comunicado pela Polícia ao Ministério Público de Peniche, que vai agora apurar eventuais responsabilidades criminais.
SEM TREINO DE CONDUÇÃO
Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), admite que existem “grandes lacunas no plano de formação dos bombeiros condutores de ambulâncias”. Só agora, segundo Duarte Caldeira, está a ser preparado um plano para dar treino aos condutores de veículos de emergência.
“Pode ser motorista quem tiver carta de condução, a que é averbada a condução de ambulância, mas é preciso que haja uma despistagem do perfil psicológico, que nem sempre é o adequado, a avaliar pelo índice de sinistralidade das ambulâncias”, diz o presidente da Liga.
Fernando Curto, presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, classifica de “péssima” a formação dada aos motoristas de ambulâncias, apontando que “está desactualizada e não tem como preocupação acções de reciclagem dos condutores” e defende a diferenciação entre a condução de socorro e a condução de doentes”.
OUTROS CASOS
ALMEIRIM
Uma colisão entre uma ambulância e um pesado de mercadorias na EN118, devido a uma infracção de um dos veículos, a 17 de Janeiro de 2006, fez três feridos, um deles em estado grave.
PÓVOA DE LANHOSO
Um acidente rodoviário, a 4 de Março de 2005, matou o condutor de um ligeiro, de 51 anos, e feriu gravemente dois bombeiros de Póvoa do Lanhoso.
CONDEIXA
Uma ambulância de Soure despistou-se na A1, perto de Condeixa, a 24 de Janeiro deste ano, e provocou dois mortos e quatro feridos. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 21-02-2006 11:57:33 (1564 Leituras, Votos 277) |
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