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Negligência e fogo intencional causaram 62% dos incêndios

Mais incêndios, mais área ardida e mais dias a registar condições meteorológicas extremas. As chamas que, no ano passado, chegaram mais cedo e se concentraram junto às zonas urbanas fizeram desaparecer 329 mil hectares de floresta. Na origem de 62,2% dos fogos estiveram actos negligentes ou intencionais.
Mais incêndios, mais área ardida e mais dias a registar condições meteorológicas extremas. As chamas que, no ano passado, chegaram mais cedo e se concentraram junto às zonas urbanas fizeram desaparecer 329 mil hectares de floresta. Na origem de 62,2% dos fogos estiveram actos negligentes ou intencionais.

As causas naturais foram responsáveis por apenas 2% dos incêndios, revela o relatório divulgado ontem em Lisboa pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). Os motivos acidentais também contribuem de forma pouco significativa para as estatísticas, com apenas 8%.

Os incêndios provocados por actos intencionais somam 35,4%, aos quais se juntam 26,8% cuja origem foi o uso negligente do fogo.

Segundo a DGRF, a mão humana foi responsável por 62,2% dos fogos do ano passado, embora dessa estatística não se possa deduzir que por detrás de todos estes incêndios esteja uma mão criminosa. "As duas acções (negligentes ou intencionais) podem ser responsabilizadas criminalmente , mas não são todas consideradas crimes de fogo posto", explicou Francisco Castro Rego, director-geral de Recursos Florestais. Uns têm origem dolosa e são investigados pela Polícia Judiciária (PJ). Outros, como por exemplo a renovação das pastagens ou as queimadas, consistem apenas num uso indevido do fogo que acaba por desencadear incêndios florestais e são investigados pela Guarda Florestal.

Segundo a PJ, este ano foram detidas 147 pessoas suspeitas de crime de incendiarismo, 98 das quais alegadamente autoras de incêndios florestais e 49 de urbanos. No entanto, a PJ lembra que estes crimes são difíceis de investigar porque o fogo oculta as próprias pistas e provas e há sempre dificuldade em obter testemunhas do crime. Apesar de tudo, e contrariando a ideia de que muitas averiguações acabam em arquivamento ou absolvição, a PJ diz não ter indicação de que haja mais situações destas nos casos de crime de incêndio do que noutro tipo de crime.
As altas temperaturas e a seca extrema fizeram disparar o número e a dimensão dos incêndios, concluiu a DGRF. "O ano de 2005 foi dos mais gravosos a nível meteorológico. Há uma correspondência muito grande entre o número de ocorrências e o índice meteorológico", disse Francisco Rego. Só nos 18 dias em que se registou este índice máximo foram consumidos 168 mil hectares.

Outra conclusão relevante prende-se com a localização dos fogos a maioria ocorreu perto de zonas urbanas, embora não seja aí que estejam as maiores manchas queimadas.

A preparação desta época já começou, garantiu a DGRF que já tem no terreno equipas a realizar acções de fogo controlado para retirar carga combustível dos matos.
Autor: José Palha Publicado em: 31-01-2006 11:23:54 (152306 Leituras, Votos 516)
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