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Lojistas em vez do INEM no socorro a diabética |
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indignação Instituto é acusado de não ter prestado assistência devido à proximidade do hospital, mas garante que doente não quis ser transportada
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Uma mulher de 50 anos que sofreu, ontem de manhã, uma crise de hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) à entrada do centro comercial Cristal Park, na Rua de D. Manuel II, no Porto, teve de ser socorrida pelos lojistas daquele espaço, porque, segundo estes, o INEM entendeu não enviar meios de assistência para o local, sob o argumento de o Hospital de Santo António situar-se a poucos metros.
O Instituto de Emergência Médica contrapõe, assegurando que nos dois contactos telefónicos efectuados para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) foi dito que "a vítima não queria ser transportada ao hospital". Por outro lado, sublinha que se tratou de uma situação sem gravidade e que a doente poderia encaminhar-se para o hospital "de modo próprio".
Certo é que o caso gerou indingação entre os lojistas. "Chamámos o INEM e responderam-nos que não vinham buscar a senhora porque estávamos a dois passos do hospital e podíamos ser nós a levá-la", protestou Adelaide Vicente, uma das comerciantes que auxiliou a vítima.
A mesma lojista garante, contudo, que a doente não estava em condições de ser levada por populares para a unidade hospitalar, situada a cerca de 200 metros. A vítima, Maria Lima, que sofre de diabetes, explicou, ao JN, que sentiu-se mal pouco depois de ter ido a uma consulta nas instalações do antigo CICAP, onde teria de voltar para deixar uma amostra de urina. "Quem me valeu foram as pessoas do shopping, que me deram água com açúcar e pão", salientou.
Alguns comerciantes lamentam que não tenha havido sequer "instruções por parte do INEM" para o tipo de assistência a prestar. O Instituto reitera, contudo, que os contactos telefónicos com os seus profissionais decorreram de forma "assertiva", "tendo a médica de serviço no CODU inclusive garantido a colaboração do segundo contactante para acompanhar a senhora nessa hipotética deslocação (ao hospital), o que não veio a acontecer pela senhora em questão ter entendido não ser necessário".
Nuno Silva
"Vítima sem sinais ou sintomas de gravidade"
"A situação em questão dizia respeito a uma senhora consciente, sem sinais ou sintomas de gravidade, apresentando apenas ligeiras tonturas", sublinha o Gabinete de Comunicação e Imagem do INEM, justificando, dessa forma, o facto de o caso não ter sido rotulado com carácter de urgência.
No mesmo esclarecimento, enviada ao JN, o Instituto insiste que a vítima tinha "fácil acesso" ao serviço de Urgência do Hospital de Santo António. "Não pode nem deve o INEM a desviar meios de assistência pré-hospitalares imprescindíveis a outro tipo de ocorrências de maior gravidade para situações que não revistam um carácter de emergência", acrescenta o mesmo esclarecimento, realçando que se trata de um "procedimento habitual", pelo que não configura qualquer tipo de actuação menos correcta.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 05-01-2006 14:59:50 (1125 Leituras, Votos 241) |
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