Bombeiros Voluntários de Alcabideche




 

Não seremos marionetas

Primeiro, acusou o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil de ser um “sistema frágil”. Depois, o ministro da Administração Interna apresentou aos bombeiros o novo parceiro no socorro de incêndios florestais, sismos e inundações: o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro, que contará com 500 militares da GNR.
O governante explicou: os dois corpos vão trabalhar lado a lado e responder a uma só voz de comando. E deixou um recado: “Temos de nos habituar a trabalhar em conjunto”. Por último, António Costa, deu o mote: os “vários agentes” têm até 30 dias de discussão pública para “intervir, criticar...”.

Lançado o repto, Duarte Caldeira, da Liga dos Bombeiros Portugueses, não perdeu tempo. Afirma que os bombeiros “não estão para ser transformados” em pelo menos duas coisas: “mão-de-obra barata do novo sistema e, muito menos, em marionetas dos generais sem tropas”. Generais esses que serão “os muitos comandantes municipais, regionais ou distritais”, acusa ao CM.

A explicação é simples, segundo Caldeira: “Só faz sentido definir níveis de comando, quando se garante a existência digna e qualificada dos comandados – o que não é o caso”.

O dirigente confessa outras preocupações: “Olhando para o Orçamento de Estado, não vislumbramos sustentabilidade financeira para a estrutura anunciada”. Mas o Governo já garantiu que dinheiro não será problema – e, nesse caso, o que Duarte Caldeira diz não perceber é “como será possível compatibilizar o actual quadro de missão legal atribuído aos bombeiros, com a missão a atribuir a este [o da GNR] grupo especial de intervenção”.

De qualquer forma, o mesmo responsável não acredita que a nova legislação, ontem apreciada em Conselho de Ministros, possa ser aprovada “sem que a posição dos bombeiros seja tida em conta”. Duarte Caldeira garante que esta é uma posição assumida pelo Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros, reunido ontem em Santarém.

GNR DIZ TER PROBLEMAS POR RESOLVER

A principal associação da GNR reage com cautela ao anúncio, feito ontem, da criação do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro.

“A GNR tem vários problemas, antigos, por resolver. Situações, como a falta de condições e meios humanos e técnicos, que afectam a capacidade de cumprir a sua principal missão: garantir a segurança das populações”, explicou José Manageiro, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG).

“Acreditamos que existe no seio da Guarda capital humano e experiência para levar a cabo esta missão. É a força ideal para o fazer. Mas é preciso resolver o que ainda está mal. Caso contrário, corre-se o risco de a GNR ficar prejudicada na sua capacidade de fazer frente ao flagelo dos incêndios”, referiu José Manageiro.
Autor: José Palha Publicado em: 15-11-2005 10:58:17 (1228 Leituras, Votos 249)
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