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INEM não abdica da profissionalização

Posições entre bombeiros e pessoal médico mais extremadas Liga é recebida pelo Governo no dia 14
Ter um sistema de emergência médica profissionalizado em cerca de 80 a 85 % no prazo de dez anos é o caminho defendido pelo INEM. Um percurso iniciado o ano passado, à boleia do Euro 2004, e que tem gerado grande polémica entre aquele instituto e os bombeiros portugueses. Uma disputa - sobre quem faz o quê, como e com que meios no socorro médico - que está ao rubro, com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a ameaçar entregar as chaves das ambulâncias.

"Quando as pessoas não se entendem quem sai sempre a perder, não há dúvidas, é o utente", refere Castro Henriques, do Movimento dos Utentes do Serviço de Saúde.

Ao JN, Nélson Pereira,director dos serviços médicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), fez uma comparação que admite ser polémica mas que diz ter de ser feita. "Em Portugal temos cerca de 40 mil agentes ao nível da Segurança Pública. Será que a Saúde é menos importante ?", pergunta, defendendo uma profissionalização quase total no que respeita a Emergência Médica, "naturalmente sob a tutela do Ministério da Saúde".

"Conferir à emergência médica a mesma dignidade que a segurança pública era um sinal muito forte", frisa.

Serviços com qualidade

Em causa, sublinha, não está o empenho dos bombeiros, mas a necessidade de garantir um serviço de qualidade. "Como se pode fazer formação específica num corpo de bombeiros se eles não nos podem garantir a presença de um profissional qualificado 24 horas por dia", questiona, para sustentar a profissionalização dos serviços a 80/85 % que, diz, colocaria Portugal "nos standards de intervenção a esse nível".

Os últimos Governos ainda não assumiram publicamente este objectivo como seu, mas os investimentos feitos (o INEM já tem 30 ambulâncias com equipas próprias) vão nesse sentido.

Uma situação que para os bombeiros voluntários é "inaceitável" pois são eles os principais responsáveis pelos transportes de doentes urgentes no país. "São as nossas 1300 ambulâncias que garantem a rede nacional", recorda Duarte Caldeira, presidente da LBP, que se prepara para tomar uma posição de força.

No dia 14, o Ministro da Saúde recebe a Liga, mas esta já vai avisando que se Correia de Campos "se colocar numa posição autista, silenciosa e de omissão relativamente às questão colocadas, então os portugueses têm todo o direito de responsabilizar o senhor ministro pelas consequências que decorrerem de tal atitude". Duarte Caldeira refere-se à denúncia do protocolo com o Ministério da Saúde no âmbito do serviço de transporte de doentes e socorro pré-hospitalar que pode ser decretado no congresso da Liga que se inicia dois dias após aquela reunião.

Rede de meios

Caldeira nega que se esteja perante um mero problema de contabilidade de serviços. O que está em causa, diz, é a tutela do INEM sobre uma rede de ambulâncias que não é sua. Daí defender "uma rede de meios de tutela única", que neste caso seria da Administração Interna. Os bombeiros exigem ainda a central única de comando (com bombeiros, PSP, GNR e INEM), algo que dizem ser a melhor prática no estrangeiro, embora o INEM o negue.

Desde Agosto que as chamadas de emergência médica são obrigatoriamente reencaminhadas dos quartéis para o INEM, o que tem motivado várias polémicas. Algumas porque, como são centrais regionais, há muitas dúvidas ao nível da identificação dos locais.

Em suma, a LBP diz que a estrutura do INEM está "desproporcionada" e teme que o dinheiro que está a ser canalizado no seus meios impeça o investimento, nas mesmas áreas, mas nos quartéis de bombeiros.
Autor: José Palha Publicado em: 31-10-2005 11:00:14 (1375 Leituras, Votos 298)
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