|
|
|
Prevenir dá milhões de lucro |
|
Estudo propõe criar nova organização que centralize missões de defesa da floresta, incluindo combate a fogos Retorno anual de execução do plano estimado em 92 milhões de euros |
|
|
Uma nova organização, centralizadora de todas as acções de prevenção e defesa da floresta contra incêndios, é a proposta da equipa de investigadores do Instituto Superior de Agronomia (ISA) que elaborou a proposta técnica de Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios. Embora o Governo já tenha anunciado não ter recursos financeiros para seguir essa recomendação (tal como o JN noticiou ontem), o estudo avalia os gastos do Estado nos últimos anos e conclui que o investimento adicional proposto (na ordem dos 15 milhões de euros anuais) seria recuperado com a redução de prejuízos.
Uma parte das propostas, detalhadas e calendarizadas para o período de 2006 a 2010 e ontem divulgada, teve já acolhimento do Governo e está contemplada na nova legislação em preparação, nomeadamente no que diz respeito ao ordenamento florestal e infra-estruturas de prevenção. O ponto mais polémico prende-se com a proposta de criação de uma estrutura que, embora centrada na prevenção, chamaria a si o combate.
A equipa defende, no fundo, redireccionar muitos dos actuais recursos, salientando que 90% da organização (a constituir até 2008) seria formadapor operacionais a recrutar em estruturas já existentes, "entre os sapadores florestais, os bombeiros e os militares".
O plano implicaria um investimento anual de cerca de 140 milhões de euros, repartido entre Estado, autarquias, associações florestais, empresas e associações de celulose. Com a redução esperada de área ardida (ver quadro de metas), esse investimento seria, salienta o grupo coordenado por José Miguel Cardoso Pereira, largamente recuperado.
No cálculo dos ganhos com a redução de área ardida, "aplicando o mesmo racional da análise de retorno do investimento passado", o plano conclui estimando um retorno médio anual actualizado de mais de 92 milhões de euros.
Isto porque nos últimos cinco anos se estima que os gastos directos em defesa contra os incêndios tenham atingido os 479 milhões de euros - média de 96 milhões anuais (correspondentes a 17,8 euros por hectare) -, a que se juntam custos sociais anuais na ordem dos 300 milhões, "tendo em conta apenas as perdas directas associadas à produção primária e excluindo os bens gerados pela transformação industrial".
Metas
Área ardida
Espanha é o país que serve de termo comparativo às metas propostas até 2010, que passam por reduzir a área ardida anualmente para menos de 0,8% da superfície florestal (44 mil hectares), eliminar incêndios com mais de mil hectares e reduzir os reacendimentos para menos de 1%.
Combate
Propõe-se a criação de 695 brigadas de intervenção terrestres (média de 2,5 por concelho),cada uma com cinco elementos, e de 21 brigadas helitransprotadas, num total de 238 elementos.
Rescaldo
Criar equipas de apoio ao rescaldo, com 15 elementos cada, sugerindo-se implantação de uma por distrito.
Meios aéreos
A Força Aérea é apontada como a entidade ideal para a coordenação aérea no combate, com base em cinco aeronaves especializadas, que deveriam também apoiar o rescaldo.
|
Autor: José Palha |
Publicado em: 19-10-2005 18:39:06 (1220 Leituras, Votos 263) | Fonte: JN |
|
|
|
|