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A caminho do congresso |
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Até ao próximo mês de Novembro, altura em que terá lugar, na cidade de Viseu, o 39.º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses |
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“Bombeiros de Portugal” publicará as respostas de alguns dos elementos que integram o Conselho Executivo, Fiscal e Jurisdicional do actual elenco da Confederação. Através de escolha aleatória, esta edição publica as opiniões de Gomes da Costa, vice-presidente do Conselho Executivo, e de Francisco António Cordeiro, membro do Conselho Jurisdicional. O tema proposto pelo nosso jornal tem por base duas questões concretas: 1 - Que opinião tem quanto ao actual estado do sector dos bombeiros? 2 – Qual o papel da Liga dos Bombeiros Portugueses no contexto do sector? Comandante Gomes da Costa Vice-presidente do Conselho Executivo da LBP 1 - Fazendo uma análise breve ao estado em que se encontra o sector dos bombeiros, sou de opinião que não está mal, pois, nos últimos tempos, tem-se demonstrado que este grande exército está a responder cabalmente nas mais diversas situações de socorro, e disso tem havido provas. Não é só no combate aos incêndios florestais que os bombeiros dizem presente. Não podemos esquecer os outros serviços que prestam, e não me consta que, pelo facto de haver uma grande vaga de incêndios florestais a assolar o País, eles fiquem por fazer. É evidente que isso tem acontecido com um esforço redobrado, mas, na minha opinião, as respostas às solicitações têm sido positivas. O serviço de socorro, tanto na área da saúde, como no combate a incêndios urbanos ou industriais, e até os serviços clínicos, não ficaram por fazer. Se formos a contabilizar, não é tão pouco como isso. 2 - Numa altura em que os bombeiros se preparam para escolher os novos dirigentes da Liga dos Bombeiros Portugueses, considero que a Confederação terá de ter o apoio de todas as associações e corpos de bombeiros do País, pois a nossa Liga será aquilo que os bombeiros de Portugal queiram que ela seja. Na minha opinião, é a instituição que está à altura de defender os interesses deste grande exército de “soldados da paz”, e é um parceiro indispensável de outras estruturas dos bombeiros de Portugal.
Comandante Francisco António Cordeiro Membro do Conselho Jurisdicional da LBP 1 - Inicio esta reflexão com a parceria, ‘função’ e efeito da criação de um só Serviço de Bombeiros e Protecção Civil. No início, ainda tive a ilusão que tal ideia fosse benéfica para os bombeiros. Neste momento, estou plenamente em desacordo com ela – viesse do lado de quem viesse –, e explico o porquê. Como todos sabemos e conhecemos, o ano em curso foi, e será ainda – até quando, não sei -, um martírio para bombeiros. Até à união das duas entidades, existiam em todas as federações um ou dois comandantes no teatro das operações, e eram esses comandantes, juntamente com o comandante da área onde deflagrava o incêndio, que coordenavam o pessoal e material disponível para aquele local. Nesta data, o que se passa? Quem comanda? O senhor da Protecção Civil ou o comandante operacional? Por diversas vezes ali se gera a confusão. Não seria melhor ter deixado as coisas como estavam? Os bombeiros, com a missão que até ali desempenhavam, e a Protecção Civil com a que lhe estava determinada? Creio que quem foi prejudicado com o sistema foi o público em geral, mas diria mas já me alonguei sobre este assunto. Digo, somente que estou contra. Quanto aos bombeiros voluntários, milhares por esse País fora, pela minha parte cada vez os LOUVO mais. Por aquilo que vejo e tenho conhecimento, estão cansados, exaustos e desiludidos com a situação. No entanto, continuam a dar o seu melhor, fiéis aos seus compromissos, zelando noite e dia por todos nós. Pronunciei atrás a palavra “desiludidos”, porque apesar do seu sacrifício, 24 horas por dia, por vezes ainda são criticados, maltratados e mal compreendidos por alguém que espera ansiosamente que eles lhes salvem os bens que o fogo consome. Quando os nervos deixam de estar à flor da pele, compreendem que esses homens e mulheres, se não foram dez minutos mais cedo, foi porque estavam no desempenho de outra missão idêntica. Portanto, mais uma vez, pela minha parte, um grande louvor para todos os que continuam a honrar a farda que envergam e a mostrar ao mundo que são portugueses, levando bem alto o nome do pequeno Pais a que pertencem.
2 - Relativamente à Liga, à nossa Liga, que dizer? Apenas só terei a dizer bem. Com um B grande, pois, desde o seu presidente a todos os outros órgãos sociais que dela fazem parte, existe um só pensamento: apoiar sempre os nossos bombeiros, pensando sempre, sempre mais, em melhorar a sua situação, pedindo aos nossos governantes e câmaras municipais para que não se esqueçam deles, pois estão sempre prontos para qualquer situação. São, muito embora se pense que não, o garante de todo e qualquer socorro, seja de que natureza for. Termino, fazendo votos para que o actual governo, ou qualquer outro que venha a seguir, tenha sempre na mente o que se passou no ano de 2005, que dê condições às corporações, e que ajudem esses homens e mulheres que ainda trabalham sem qualquer vencimento, pois no desempenho da sua missão, o perigo espreita de qualquer lado e a qualquer momento.
Trabalho publicado na edição de Setembro jornal “Bombeiros de Portugal”
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Autor: José Palha |
Publicado em: 30-09-2005 16:43:55 (1618 Leituras, Votos 306) |
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