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Maioria dos bombeiros sem formação específica em Socorrismo |
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Socorrismo INEM avançou, no distrito, com curso intensivo de tripulantes de ambulância de socorro, para 20 formandos Em fase de estudo o reforço de postos de emergência médica
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Está há dois anos como voluntária na corporação dos Bombeiros Voluntários de Vizela. Ana Ferreira, de 19 anos, faz parte de um grupo de 20 bombeiros de todas as corporações do distrito de Braga que, desde o mês passado, frequentam o curso intensivo de tripulantes de ambulância de socorro (TAS), ministrado, diariamente, pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão. Estudante, a frequentar o 12.º ano, área Científico-Natural, Ana alimenta o sonho de tirar um curso superior na área da Saúde. Daí, em parte, o seu empenho redobrado - e sentido de oportunidade - numa requalificação profissional, na área do socorrismo. "O que aqui está a ser feito é muito importante para o bom desempenho de um bombeiro no serviço de emergência médica", disse. Como ela, também outros bombeiros, profissionais e voluntários, se empenham neste curso, com aulas teóricas e práticas, dadas, todos os dias, entre as 9 e as 19 horas. A coordenar esta acção formativa, a segunda dada pelo INEM no distrito de Braga, num espaço de um ano, está a enfermeira Isabel Costa, apoiada por sete profissionais de enfermagem. A falta de formação específica dos bombeiros é uma realidade reconhecida pela técnica, considerando que "é preciso continuar a investir-se na formação e reciclagem dos voluntários".
Uma ideia partilhada por Fernando Curto, presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, para quem "a formação específica é ainda insuficiente". Daí, em sua opinião, a falta de uma "classificação profissional" do bombeiro, sublinhando, a propósito, ser "diminuto" o número de profissionais com formação pré-hospitalar.
Neste contexto, Fernando Curto pugnou pela necessidade da "reorganização" da formação do bombeiro, a qual "deverá ser feita pelos organismos dos bombeiros e alargada ao maior número possível de profissionais". E referiu "Estamos a falar da área mais importante no Serviço Nacional de Bombeiros, como é o caso do socorrismo".
De resto, estas acções - também extensivas a outros distritos do Norte do país - levam em linha de conta a futura criação, em fase de estudo, de uma Rede Nacional de Ambulância de Socorro. Esta, de resto, a aposta do INEM revelada, ao JN, por Pedro Coelho, do Gabinete de Relações Públicas.
Depois do período de formação teórica, os formandos - propostos pelas corporações, mas que foram sujeitos a um processo de pré-selecção -, iniciaram, ontem, as aulas práticas com exercícios de reanimação cardio-respiratória."No curso, utilizam o equipamento disponível numa ambulância de socorro, ou seja, o manuseamento de adjuvantes da via aérea, de ventilação e oxigénio, avaliação da temperatura e frequência cardíaca e respiratória", disse.
Com uma carga horária de 210 horas, os formandos inteiram-se ainda de práticas relacionadas com mecanismos de trauma e técnicas de imobilização e remoção de vítimas. Outras componentes do curso, segundo Isabel Costa, dizem respeito a casos de intervenção em mulheres grávidas e em crianças.
Vozes
Estou há cinco anos como bombeiro profissional na corporação de Terras de Bouro. Candidatei-me a este curso porque tinha o ensejo de adquirir mais formação e conhecimento na área do socorrismo. É hoje um serviço que exige uma boa formação profissional."
Sérgio Antunes
Bombeiro de Terras de Bouro
Daniel Canedo
Bombeiro de Cel. de Basto
Desde que entrei na corporação, sempre tive o sonho de adquirir conhecimentos sobre práticas de socorrismo, até porque é uma das áreas que hoje exige mais profissionalismo dos bombeiros. Estou a gostar de frequentar o curso, que é benéfico para todos nós." |
Autor: José Palha |
Publicado em: 11-09-2005 20:57:42 (1879 Leituras, Votos 300) |
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