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Segundo pior ano de sempre em área ardida e prejuízos |
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Imagens de satélite apontam para estimativa de 240 mil hectares destruídos pelo fogo, até domingo passado Estragos na agricultura contabilizados em 300 milhões de euros |
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Até domingo passado, já arderam cerca de 240 milhares de hectares, em Portugal, o que faz de 2005 o segundo pior ano em área ardida desde que há registo - ou seja, desde 1980. Depois do ano negro de 2003 (com um total de 425 mil hectares), 1992 ocupava até agora o segundo lugar, com 180 mil.
A estimativa resulta de imagens captadas por satélite e foi apresentada, ontem, em conferência de Imprensa conjunta do ministro da Administração Interna, António Costa, do ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva, e do director da Autoridade Nacional para os Incêndios Nacionais, general Ferreira do Amaral.
Igualmente preocupante é a contabilização dos estragos causados pelos fogos em habitações, indústrias e explorações agrícolas ou comerciais. Este ano, já ardeu um total de 116 habitações (incluindo de primeira e segunda habitações), valor que se aproxima do número de casas ardidas em Portugal no pior ano de sempre, 2003, em que arderam totalmente 145 casas e 49 foram queimadas parcialmente.
Do total de imóveis ardidos este ano, o balanço aponta para 59 de primeira habitação e 57 de segunda (ou seja, casas de férias ou em que os proprietários não residam habitualmente). No caso dos parcialmente danificados, esta relação é, respectivamente, de 181 e 30.
Em relação ao meio agrícola, já arderam em Portugal 730 explorações. Só no sector da agricultura, o valor dos prejuízos é calculado pelo ministro da tutela em 300 milhões de euros. Os danos relativos ao número de casas e indústrias rondam os 760 milhões. Já arderam totalmente 15 instalações industriais e comerciais e 15 parcialmente.
Contudo, estes valores não chegam para accionar o Fundo de Solidariedade da União Europeia, que apenas é atribuído quando a estimativa dos prejuízos é igual ou superior a três mil milhões de euros ou representa mais de 0,6% do PIB (768.860 milhões de euros). Além disso, o fundo destina-se fundamentalmente a prejuízos em infra-estruturas e não a perdas pessoais. No entanto, António Costa salientou que "o Governo não deixará de recorrer (ao fundo) se o impacto se aproximar desse valor".
O ministro da Administração Interna admitiu que, se esta época se prolongar para além do dia 30 de Setembro, será necessário reforçar as verbas para os Grupos de Primeira Intervenção (GPI). O valor desse aumento "dependerá do número de dias em que se prolonga a época e do número de GPI", sublinhou António Costa. A decisão quanto a um prolongamento será tomada no dia 15, após uma análise da evolução meteorológica.
Para Jaime Silva, "a situação tem de mudar, vai mudar e já está a mudar".
Para tal, no final de Setembro ou início de Outubro (com quatro meses de atraso em relação ao prazo fixado por lei, 31 de Maio), o Governo vai apresentar o Plano Nacional de Prevenção das Florestas contra Incêndios. |
Autor: José Palha |
Publicado em: 31-08-2005 17:15:19 (1205 Leituras, Votos 247) |
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