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Chilenos dizem que Portugal gasta muita água a apagar fogos |
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Os bombeiros e técnicos chilenos que vieram a Portugal ajudar no combate aos incêndios concluíram que Portugal gasta demasiada água a apagar fogos quando devia apostar no desbaste da vegetação para impedir o avanço das chamas.
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Após a assinatura de um protocolo de intercâmbio para a troca de experiências entre bombeiros portugueses e chilenos entre o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) e a Corporação Nacional Florestal do Chile, director-geral desta instituição chilena sugeriu que se combata os fogos florestais através do desbaste da área que circunda as chamas.
"Gasta-se demasiada água a combater os fogos em Portugal quando a aposta devia ser na utilização de ferramentas que destruam o combustível que faz propagar as chamas" disse Carlos Weber Bonte.
De acordo com este responsável chileno, Portugal já utilizou esta técnica antes, mas abandonou-a.
Este conselho consta de um relatório, feito pelos bombeiros e técnicos chilenos que estão em Portugal a combater e a analisar os fogos florestais em Portugal, que hoje foi entregue ao presidente do SNBPC, Manuel João Ribeiro, e ao ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa.
Carlos Weber Bonte disse ainda que os incêndios em Portugal desenvolvem-se com muita violência e notou que há muitas habitações junto das áreas florestais, o que não sucede no Chile.
António Costa também criticou a proximidade entre a floresta e as habitações e adiantou que muitas vezes aquilo que é a riqueza das famílias acaba por ser a sua miséria.
O ministro lembrou uma lei do ano passado que obriga os municípios a manterem um perímetro limpo de 100 metros em redor de todas as localidades, para evitar a propagação das chamas, lembrando que no caso dos proprietários esse perímetro deve ser de 50 metros em torno de cada habitação.
António Costa disse também que o cumprimento desta lei vai ser analisado a partir de Outubro.
Ainda sobre os incêndios que têm acontecido em Portugal, o ministro referiu que já foi gasta a verba orçamentada para os combater - 50 milhões de euros - e que esse valor vai ser ultrapassado devido à necessidade de contratação dos meios aéreos de combate.
O protocolo assinado hoje visa o intercâmbio de experiências entre os dois países em matéria de extinção de fogos florestais, "especialmente nas vertentes de formação e de aplicação de técnicas de combate director".
Já em Novembro vai partir para o Chile uma equipa heli- transportada, adiantou o governante.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 30-08-2005 16:01:13 (1358 Leituras, Votos 296) |
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