Bombeiros Voluntários de Alcabideche




 

Governo muda plano de combate aos fogos

O Governo vai mudar de estratégia de combate aos fogos já no próximo ano.
Isto mesmo foi admitido ontem ao DN por uma fonte do Ministério da Administração Interna \"No final desta época de incêndios, terá de se estudar uma solução para o Estado passar a ter meios aéreos próprios disponíveis para intervirem sempre que for preciso.\" A forma de concretizar esta solução ainda não está determinada, mas a mesma fonte explicou que \"uma das hipóteses é o Estado adquirir meios aéreos próprios, outra é contratá-los em regime de aluguer por períodos prolongados, de modo a estarem disponíveis durante todo o ano e não só no Verão.\"

A mesma solução foi igualmente defendida ao DN pelo presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, ao afirmar que, \"se o Estado fosse proprietário de alguns meios aéreos, não estaria agora com o coração nas mãos\". Segundo explicou, \"o Estado deve ter uma percentagem de meios aéreos pesados e ligeiros, porque todos os concursos públicos internacionais lançados para contratar as aeronaves em regime de aluguer correm sempre o risco de se atrasarem, porque o processo é muito moroso\". E alerta \"O pior é que os incêndios não esperam por esses concursos nem deflagram só quando os meios aéreos já estão disponíveis.\"

Em relação aos restantes meios aéreos necessários para reforçar o contingente no período de maior risco de incêndio, no Verão, Fernando Curto diz que \"poderiam continuar a ser contratados em regime de aluguer. O que não pode acontecer é o País estar a arder e só haver dois helicópteros - do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil - para ajudar nas acções de combate\", salienta.

Fernando Curto referiu ainda ao DN que já tinha previsto esta situação e alertado para esse risco \"Em Janeiro, a associação informou o anterior Governo - liderado por Pedro Santana Lopes - que, tendo em conta a gravidade da seca, a contratação dos meios aéreos não deveria ter uma data fixa para entrar ao serviço no dia 1 de Julho. O concurso deveria prever que, se a situação se agravasse, os meios aéreos poderiam entrar ao serviço mais cedo, mas nada disso foi feito\". O presidente da associação responsabiliza o Governo anterior por esta situação, \"pois foi quem aprovou o plano de combate a incêndios\".

Referindo-se aos 47 meios aéreos que vão estar disponíveis a partir de 1 de Julho, Fernando Curto considera que, \"se houver uma boa organização de comando, serão suficientes\", mas lembra que \"os meios aéreos não apagam os incêndios, ajudam apenas a combatê-los. É fundamental a intervenção dos bombeiros no terreno, que são poucos para fazer face à situação que se vive neste momento, porque eles não podem trabalhar em permanência, têm de o fazer em turnos e precisam de descansar\".

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, também veio ontem recordar que \"não se pode montar um sistema de socorro sem recursos humanos\". Por isso, defende que \"a maioria das corporações de voluntários deve passar a ter grupos de intervenção permanente contratados para estarem de prevenção no quartel e poderem sair de imediato para acções de socorro\".

O problema, explicou, é que \"os voluntários têm cada vez menos tempo disponível para prestar serviço nas corporações. Nos dias úteis, das 08.00 às 20.00, em muitas zonas do País é impossível os bombeiros saírem de imediato para acções de socorro, porque os quartéis estão vazios. Nesses períodos, os voluntários estão nos seus postos de trabalho e os empregadores não os disponibilizam com tanta facilidade como seria desejável\". Duarte Caldeira garante que \"há mesmo sítios em que os voluntários não podem largar o seu local de trabalho para ir prestar socorro\".

ajuda externa. Os 47 meios aéreos que vão estar disponíveis a partir de 1 de Julho \"deverão ser suficientes para acorrer a todas as necessidades\", considera fonte do Ministério da Administração Interna. No entanto, \"em caso de necessidade, há sempre a hipótese de recorrer à ajuda internacional\", refere a mesma fonte. Mas, esclarece, essa ajuda internacional \"só pode ser solicitada em situações de grande gravidade\". Até este momento, em relação aos incêndios que se têm registado nos últimos dias, \"ainda não se considerou ser necessário recorrer a esse apoio externo. Quando a situação o justificar, o processo será accionado\".

No que respeita ao adiamento da entrada ao serviço dos seis aviões ligeiros - de dia 6 para 16 de Junho, anunciado na semana passada através de um comunicado do Ministério da Administração Interna -, a mesma fonte explica que se deve ao facto de estas aeronaves polacas \"ainda não terem sido licenciadas pela autoridade aeronáutica da Polónia nem pelo INAC - Instituto Nacional de Aviação Civil. Estamos à espera que a Polónia conclua esse processo e envie os respectivos documentos para o INAC proceder de imediato à certificação necessária e os seis aviões entrarem ao serviço\", revelou.
Autor: José Palha Publicado em: 09-06-2005 (1373 Leituras, Votos 291)
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