Bombeiros Voluntários de Alcabideche
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Tribunal absolve ex-comandante dos bombeiros voluntários | ||
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| que estava acusado da prática de crime de furto qualificado de peças de ouro, num acidente no IP4, ocorrido em Outubro de 2002. A juíza considerou que não foi provada em audiência de julgamento a versão do segundo arguido do processo, o mecânico da corporação, Fernando Fausto, acusado de um crime de receptação, segundo o qual, nas operações que se seguiram ao referido sinistro apanhou da berma do IP4 uma caixa que continha objectos em ouro, que terão sido posteriormente entregues ao então comandante, que as guardou, o que foi sempre negado por João Fernando Mendes. Fernando Fausto disse ainda que alguns meses após o acidente, o então comandante o obrigou a ficar com parte das peças em ouro, situação que teria comunicado ao presidente da direcção, acabando este por encaminhar o caso para o Ministério Público, o que desencadeou este processo. No acórdão, a juíza destacou que só as declarações do arguido Fausto sustentam a sua versão, uma vez que nenhuma das testemunhas ouvidas pelo tribunal afirmou ter visto as referidas peças em ouro ou presenciado o momento em que aquele arguido as terá entregue ao comandante. A magistrada sustentou também que as declarações de Fausto, nas quais assentou a tese da acusação, foram \"pouco credíveis\", \"nervosas\" e \"incoerentes\", designadamente com as prestadas durante a fase de pronúncia, evidenciando também \"alguns silêncios\", que terão reforçado a fragilidade da prova. A juíza também considerou \"vago\", \"inseguro\" e \"comprometido\", e por isso \"sem a mínima credibilidade\", o depoimento da testemunha Ilídio Pinto, presidente da direcção dos bombeiros de Amarante. Em conclusão, o tribunal considerou provado o desaparecimento do ouro, mas não foi apurado de que forma as jóias foram parar às mãos de Fernando Fausto, declarando totalmente improcedentes os factos de que vinham pronunciados os dois arguidos. No final, o antigo comandante, rodeado de familiares e amigos, era um homem satisfeito com a sua absolvição, garantindo aos jornalistas que sempre esperou este desfecho. \"Estou satisfeitíssimo. Não me admirou absolutamente nada que a sentença fosse esta porque nunca tive nada a ver com o assunto, a não ser as provocações de que fui alvo\", começou por afirmar, lamentando que o processo se tenha arrastando por um período tão prolongado. \"Este processo tirou-me toda a vontade de continuar a ser bombeiro voluntário e ainda não sei se vou regressar ao corpo de bombeiros. Sinto-me desmotivado. As direcções têm demasiado poder sobre os comandantes e quando eles não estão de acordo normalmente acontecem factos destes\", lamentou ainda. E prosseguiu: \"não havia razão que justificasse uma atitude destas da direcção, porque sabia que tudo aquilo que se passou relativamente a este acidente foi comunicado em reuniões\". Segundo ao antigo comandante, que renunciou ao cargo há alguns meses depois de um período em que esteve em inactividade no cargo e de baixa médica, \"foi tudo feito\" no sentido de que acabasse por abandonar a suas funções, uma vez que se tratava de \"uma pessoa não grata para alguns elementos da direcção, nomeadamente o seu presidente\". \"Eu não estava de acordo com algumas coisas muito graves que se estavam a passar e sobre isso estão a correr processos\", concluiu, recusando-se a explicar as situações a que se estava a referir. Também Adriano Santos, advogado de João Fernando Mendes - que durante o julgamento procurou explorar algumas aparentes incoerências nos depoimentos das testemunhas arroladas pelo arguido Fausto - exprimiu a sua satisfação com o teor do acórdão, que considerou \"muito bem sustentando\" pela juíza. \"Estou satisfeito por sentença ter corroborado aquilo que defendemos no julgamento\", disse. Fonte: Comércio do Porto Em: 06-04-2005 às 08:48 | ||
| Autor: José Palha | Publicado em: 06-04-2005 (1226 Leituras, Votos 242) | |
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