|
|
|
BOMBEIROS STRESSADOS |
|
Alerta - Em causa as intervenções no limite e em frente ao perigo
|
|
|
Em cada saída de emergência que realizam, os bombeiros estão sujeitos a um esforço esgotante, devido à pressão temporal, sobrecarga de responsabilidades, exigências físicas, cognitivas e emocionais e expectativas sempre elevadas, entre outros factores, que muitas vezes deixam marcas a nível psicológico que exigem uma terapia adequada. Por vezes é preciso que passem alguns anos até que os sinais de desgaste e stresse se comecem a manifestar Muito diversas e intensas, as ocorrências em que são chamados a intervir não permitem, na maioria das vezes, uma adaptação adequada e podem mesmo constituir uma ameaça para a vida dos próprios bombeiros. Prestado o socorro, os membros das corporações regressam ao quartel e nem sempre se apercebem de imediato do stresse a que estiveram sujeitos e dos traumas que podem desenvolver-se a seguir. “Uma ocorrência que pareceria normal e natural, como uma doença súbita, pode deixar marcas a nível psicológico, em especial se envolver crianças, idosos ou outras pessoas conhecidas dos elementos que prestam socorro”, disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria (BVL), Almeida Lopes, adiantando que “se não houver um acompanhamento destes elementos, as repercussões na sua vida profissional e familiar podem ser muito graves”. Há três anos, na sequência da pressão a que estão sujeitos os elementos do Grupo Especial de Intervenção Terrestre (GEIT), Almeida Lopes sentiu a necessidade de criar um Departamento de Acompanhamento Psicológico, que fez um levantamento das necessidades e definiu a terapia a seguir. Vocacionado para os fogos florestais, o GEIT está preparado para “trabalhar no limite, frente ao perigo e executando intervenções de impacto no pico” que a pouco e pouco começaram a deixar marcas. Mas as situações diárias de emergência – 30 a 32 em média nos BVL – também começaram a causar perturbações. Por exemplo, um acidente de viação em que a vítima era pai de um dos bombeiros que prestava o socorro ou outro em que faleceram os pais de uma criança de seis anos que não parava de chamar a mãe. O primeiro sintoma de que algo está mal revela-se quando o bombeiro evita participar em acções de socorro semelhantes às que causaram as perturbações. Por vezes chegam a pedir ao comandante para mudar de serviço. “Por norma os bombeiros não falam com pessoas estranhas à corporação sobre as situações que viveram, discutindo-as apenas no quartel”, explicou o comandante dos BVL, adiantando que esta espécie de “terapia de camarata” ajudava os que “sentiam necessidade de expurgar tudo”. Mas por vezes não chega e antes não existia qualquer outro tipo de apoio. Hoje em dia a situação é diferente nesta corporação e o acompanhamento psicológico é feito desde o recrutamento, em que é estudado o perfil das pessoas, por forma a facilitar uma futura intervenção. “Os bombeiros são o exército mais barato do País” e fazem do socorro “uma guerra permanente”, frisou Almeida Lopes, lamentando a demora na criação de um Serviço de Saúde dos Bombeiros, com meios efectivos para prestar apoio e fazer uma vigilância crítica.
A VIDA NO QUARTEL PERTURBAÇÃO O primeiro relatório efectuado pelo Departamento de Apoio Psicológico dos Bombeiros Voluntários de Leiria (BVL) concluía que 54 por cento dos inquiridos precisava de fazer terapia de grupo.
TERAPIA O mesmo relatório concluía que, a nível individual, 18 a 35 elementos entre os 126 inquiridos manifestava necessidade de um urgente acompanhamento psicológico, sugerindo entrevistas semanais.
RESISTÊNCIA Quando as psicólogas começaram a trabalhar no quartel notaram alguma resistência, por serem “elementos estranhos” à corporação. Mas a “necessidade de falar” fez com que essa dificuldade fosse ultrapassada pouco tempo depois.
OCORRÊNCIAS Os BVL executam por dia, para além do serviço de transporte de doentes, 30 a 32 emergências. “O cidadão comum não se chega a aperceber do que é o nosso trabalho”, diz o comandante Almeida Lopes.
VOLUNTÁRIOS O corpo activo dos BVL é constituído por 246 elementos, dos quais 19 são profissionais. “A base é o voluntariado, o que não é sinónimo de amadorismo”, frisou o comandante, salientando o elevado nível “cultural e académico” do pessoal.
ACÇÃO NACIONAL Quando o Grupo Especial de Intervenção Terrestre dos BVL foi criado estava ao serviço de todo o País, mas a falta de apoios limitou a sua acção à região. O Grupo é constituído por 23 a 30 elementos, mas a corporações dispõe de 65 elementos com formação específica para aquelas acções. Isabel Jordão (Leiria)
Comentários - Graça Maria Fernandes Afonso Coitados dos Bombeiros. Eu acredito que eles tenham mesmo necessidade de apoio psicilógico. Afinal o trabalho deles não é mesmo nada fácil! Queridos bombeiros! Acreditem que aprecio imenso o vosso trabalho e acho-o louvável! Muito obrigada! Vocês merecem um bom acompanhmento psicológico! Força, amigos!
- EU Estou perfeitamente de acordo com a noticia...e relativamente às forças de segurança?
- Fernando Lopes Concordo que os Bombeiros necessitam de apoio a nivel psicologico.Primeiro deverão ser sempre sujeitos a avaliação psicologica para despistagem de problemas emocionais. E, se a propria definição de Saude da OMS engloba o sentirmo-nos bem, a nivel psicologico os Bombeiros merecem toda a ajuda pois ela é potenciada. Quanto melhor eles estiverem, mais vantagens teremos todos.
- marco monteiro e verdade mas parece mentira.sendo pessoas preparadas para este tipo funcoes nem imaginamos as perturbacoes que passam.mas afinal, sao seres humanos com sentimentos e emocoes tal e qual como nos.fiquei muito satisfeito por saber que os B.V.L teem este tipo de acompanhamento o que se devia estender a todo pais.leiria no coracao.
- Luisa Baião Queridos bombeiros do País:Grata pela vossa abnegação!Só não gostaria que caissem no desânimo,se sentissem desmoralizados. O mal é geral e voces não são excepção.Portugal está a esquecer os seus melhores filhos.Vamos todos acordar , cumprir o nosso melhor de cabeça ao alto,e clamar por melhor a quem de direito.
- Luisa Baião A melhor recompensa que podemos ter em profissões de risco é o orgulho do dever cumprido.Quem as escolhe sabe porquê.Admiro os bombeiros mas não vamos fazer deles os coitadinhos.Há mais profissões de rico que ninguem lembra:serviços de urgência em hospitais,policias etc.Todos deveriam ter apoio psicologico.Coragem bombeiros ,o Paiz, vos estima e agradece!
- Andre Goncalves SE HA PESSOAS QUE NECESSITAM DE AJUDA E BASTANTE APOIO,ESSAS PESSOAS SAO OS BOMBEIROS SAO ELES QUE FAZEM O TRABALHO TODO E MUITOS DELES PERDEM A VIDA AO FAZE-LO!POR ISSO O GOVERNO DEVE AJUDA-LOS E APOIA-LOS EM TUDO.ELES MERECEM,ISSO NAO HA DUVIDA.BEM AJAM OS NOSSOS SOLDADOS DA PAZ!!!PORTO
- João Santos Penso que este artigo só explica a falta de apoio que existe nos bombeiros em portugal,eu sou bombeiro e sei que nós não temos qualqer tipo de apoio psicológico,como dizem no artigo nós prestamos socorro barato para o estado.Se o INEM tem apoio psicológico expliqem-me o porquê dos bombeiros não o terem?Infelizmente só se lembram dos bombeiros quando existem fogos florestais.
- A.D. Finalmente, os \"desgraçados\" que, de borla, combatem e lutam pelo bem de todos nós durante uma vida inteira, finalmente veem alguem a estudar os perigos eminentes e resultantes de toda uma vida desgastante.Um bem hajam para as pessoas que o realizam.E já agora, os nossos governantes que pensem em melhorar apoios a estes soldados da paz que são considerados(e bem) o exercito mais barato de Portugal
|
Autor: José Palha |
Publicado em: 16-11-2004 (2535 Leituras, Votos 434) |
|
|
|
|