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Opiniões |
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Fusão SNBPC/INEM «Porquê não acabar com este dois organismos e criar um único de socorro?» |
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\"Passada mais uma época de fogos florestais, em princípio, voltámos a assistir a um esforço tremendo dos nossos bombeiros, uma vez que nada foi feito em termos de prevenção, embora muito se tenha apregoado, pela nossa classe política.
Mas... nada feito e penso que a prova está à vista de todos, embora tenha ardido menos, também começou a chover mais cedo.
Mas falando no geral, falando do sistema de socorro, algo me custa a entender como é que um País tão pequeno e pobre como o nosso precisa de várias entidades para gerir o socorro.
No que diz respeito à emergência pré-hospitalar toda ela é feita pelos bombeiros, embora exista outra entidade que tente gerir este sistema, que é o INEM. No entanto, não deixa de ser curioso que o INEM tenha a seu encargo apenas 250 ambulâncias, 40 viaturas rápidas e quatro viaturas de catástrofe. Por mais incrível que pareça, essas ambulâncias estão todas sediadas nos Corpos de Bombeiros e são os elementos desses organismos que trabalham com as viaturas.
Logo se coloca a questão: «Será que é preciso um instituto para gerir 250 ambulâncias, quando existe um serviço que gere mais de 7000 veículos?»
Existe um serviço no País, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, que gere e coordena todos os meios afectos aos bombeiros, incluindo essas ambulâncias pertencentes ao INEM. Este mesmo serviço tem 18 centros de coordenação contra os cinco do INEM, tornando- -o mais próximo do cidadão e da ocorrência, rentabilizando os meios e os ganhos de tempo.
Mas o INEM, embora com uma estrutura mais pequena, tem um orçamento mais volumoso, uma vez que tem fontes de receitas que o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil não tem, mas são eles, os bombeiros, que fazem o trabalho.
A pergunta que se poderia fazer seria: «Porquê não acabar com este dois organismos e criar um único de socorro?» Mas para isto é preciso vontade política. Dinheiro não seria problema, uma vez que o orçamento actual do INEM daria uma boa ajuda a esta nova estrutura.
A estrutura em si está montada, através dos 18 centros de coordenação e das mais de 400 associações de bombeiros. Bastava congregar esforços políticos, juntar as pessoas certas nos lugares certos, (nada de boys), visto que isto é uma área técnica e não política, e criar o mecanismo legal para dar corpo ao novo serviço. Todos teríamos a ganhar, uma vez que rentabilizávamos meios técnicos, humanos e financeiros e colocaríamos ao dispor da população um serviço mais moderno, rápido e eficaz.
Não se justifica esta separação de serviços quando está provado que tudo num único serviço seria muito mais funcional. Nada é mais importante do que a saúde, o bem-estar e segurança, isto é o mais básico que se pode ter num País que se diz do séc. XXI.
Antes de terminar, deixo-vos esta ideia: «Tentem excluir os bombeiros do socorro em Portugal e imaginem a confusão?!» Nem as ambulâncias do INEM andavam... Esta ideia de um novo serviço seria extensível aos incêndios florestais, urbanos, industriais, buscas e salvamento, vigilância, etc. Um verdadeiro serviço de protecção civil, como acontece, aliás, noutros países.
Pensem nisto e investiguem...
Nota: Correio da Manhã, 01 de Setembro de 2004\"
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Autor: José Palha |
Publicado em: 02-09-2004 (1270 Leituras, Votos 284) |
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