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Incêndios Florestais |
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Sucesso da prevenção depende de “política florestal estável - Governo “ |
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Coimbra, 31 Ago (Lusa) - O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos da Costa Neves, considerou hoje, em Miranda do Corvo (Coimbra), que o sucesso na prevenção dos incêndios depende de uma \"política florestal estável\" com o envolvimento das autarquias.\"Só haverá resultados se houver uma política florestal estável, com o envolvimento das autarquias, os guardiões desta estabilidade\", afirmou o governante ao intervir na cerimónia de tomada de posse do coordenador da Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais, o geógrafo da Universidade de Coimbra Luciano Lourenço.Por seu turno, ao intervir na sessão, o coordenador da Agência exortou os municípios a elaborarem, \"com a máxima brevidade e numa perspectiva faseada\", os respectivos planos municipais de defesa da floresta.De acordo com Luciano Lourenço, \"as autarquias (municípios e juntas de freguesia), pela sua proximidade aos espaços florestais e aos munícipes (entenda-se proprietários florestais e cidadãos negligentes), serão a chave que pode abrir a porta para o sucesso da prevenção e protecção da floresta contra incêndios\".\"Bastará que, para tal, se deixem induzir, conjuntamente com os outros organismos da administração, pelos ventos húmidos que a Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais vai difundir\", afirmou.Reportando-se aos efeitos da acção da Agência, que vai funcionar no Centro de Biomassa para a Energia, em Miranda do Corvo, o ministro adiantou que será visível \"algum sucesso ano a ano\".\"Resultados bem nítidos na gestão das florestas só daqui a cinco anos. Na prevenção será mais rápido. Precisamos de uma certa estabilidade na política, ir sempre no mesmo sentido\", precisou, adiantando que \"só daqui a uma geração a situação estará controlada\".Durante a sua intervenção, Carlos da Costa Neves anunciou que o Plano Nacional de Defesa da Floresta estará pronto no primeiro trimestre de 2005 e exortou também as autarquias a concluírem os respectivos planos municipais até ao final deste ano.Segundo o membro do governo, o plano nacional - a elaborar pela Agência - constitui \"uma das peças essenciais para definir uma política de prevenção e protecção da floresta, com metas e objectivos\".A Agência - adiantou - pretende assegurar a coordenação das várias instâncias do sector, um factor cuja falta, associada à ausência de gestão florestal, tem sido \"a principal deficiência\" a nível da prevenção e protecção da floresta.\"A Agência não irá resolver de um dia para o outro os múltiplos problemas de que enferma a floresta portuguesa. Procurará sim concertar estratégias, orientando e compatibilizando acções concretas da responsabilidade dos diferentes organismos para, num horizonte temporal de médio e longo prazo, encontrar soluções que permitam transformar Portugal num país de florestas, tanto de uso múltiplo, como de produção e de protecção\", adiantou o seu coordenador.Em declarações aos jornalistas à margem da tomada de posse que decorreu nos paços do município de Miranda do Corvo, Luciano Lourenço mostrou-se convicto de que, nos incêndios deste ano e do anterior, \"falhou, sobretudo, a adequação à situação meteorológica\".\"A situação climática está a evoluir. Todo o sistema de prevenção e combate vai ter de ser adequado a esta nova realidade climática\", sustentou o professor da Universidade de Coimbra.
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Autor: José Palha |
Publicado em: 01-09-2004 (1549 Leituras, Votos 345) |
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